Marina Silva critica posicionamento do Brasil durante conferência do clima

19/12/2009 - 18h19

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, pré-candidata doPartido Verde à sucessão presidencial de 2010, criticou hoje (19) oposicionamento do Brasil na 15ª Conferência das Nações Unidas sobreMudanças Climáticas (COP-15) e classificou de “pífio” o resultado doencontro encerrado ontem (18) em Copenhague, na Dinamarca.Naavaliação dela, o Brasil perdeu a chance de fazer a diferençacontribuindo para o fundo de ajuda aos países pobres. "Um país quecolocou 10 bilhões [de dólares] no FMI [Fundo Monetário Internacional] podeinvestir recursos para ter solidariedade com os países que precisam”, disse a parlamentar, considerando ter sido um equívoco o país não ter aderidoao fundo. “Se o Brasil tivesse aderido, mostraria que, se um país emdesenvolvimento pode colocar 10% do valor total que está sendoinvestido, os países ricos poderiam colocar muito mais”.Essaadesão, segundo ela, seria uma ação simbólica, que poderia darexemplo aos demais participantes da COP-15. Um total de 192 países participaram da conferência.Perguntada se o PV saiu fortalecido depois do encontro da ONU, ela respondeu queo ideal seria que todos ganhassem. "O ideal seria quetivéssemos saído de lá com um acordo à altura da quantidade de chefesde Estado que estavam e à altura da importância política dos homens queestavam lá, mas, infelizmente quem teve o maior senso deresponsabilidade, mais uma vez, foi a opinião pública.”Elaafirmou ainda que foi para a COP-15 com a expectativa de que opresidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, apresentasse umreposicionamento sobre as metas de redução dasemissões dos gases que provocam o efeito estufa. Esse mesmocomportamento, na opinião dela, deveria ter sido tomado pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.A senadora evitou fazer avaliações sobre o desempenho das autoridades brasileiras que participaram da conferência. Segundo ela, isso seriaum ato de prepotência. Ela falou ainda que tem participado do encontro, desde a edição de 2003, porque tem preocupações com as ações em nívelmundial para a preservação do meio ambiente.