Polícia do Rio faz operação contra milícia supostamente ligada a vereador

18/12/2009 - 0h35

Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cerca de50 policiais da Delegacia de Repressão às AçõesCriminosas Organizadas (Draco) fazem hoje (18), no Rio de Janeiro, asegunda parte da Operação Perfume de Gardênia,para desarticular a milícia que atua na comunidade GardêniaAzul, em Jacarepaguá, zona oeste da cidade, supostamentecomandada pelo vereador Cristiano Girão (PMN), preso ontem(17). Os agentes, que contam com o apoio de policiais daCoordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Polinter, cumpremnove mandados de prisão e 25 de busca e apreensão.Oparlamentar, que foi detido na Câmara Municipal, éacusado de comandar um grupo paramilitar que atua na região. Opedido foi feito pelo procurador-geral de Justiça do Rio,Claudio Soares Lopes.Depois decerca de dois anos de investigações que envolveram oNúcleo de Combate ao Crime Organizado e o Laboratóriode Combate à Lavagem de Dinheiro, ligados ao MinistérioPúblico Estadual, em parceria com a Draco, a políciateria conseguido reunir provas do envolvimento de Girão emcrimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.CristianoGirão foi eleito em 2008 com mais de 10 mil votos e assumiu ocargo este ano. Em 2007, oentão vereador Jerônimo Guimarães (PMDB),conhecido como Jerominho, também foi preso durante umaoperação da Polícia Civil, acusado de chefiar aLiga da Justiça, milícia que explorava o transportealternativo em Campo Grande, zona oeste do Rio.AConstituição Federal garante imunidade parlamentar adeputados federais e estaduais, além de senadores, mas nãoaos vereadores. No caso dos integrantes das Câmaras Municipais,o benefício limita-se a atuação parlamentar; ouseja, os vereadores só não podem ser processados porcrime de calúnia, difamação e injúria,manifestações produzidas verbalmente em plenário.Para outros crimes, o parlamentar pode ser processado na JustiçaComum.