IBGE ainda vê timidez no mercado de trabalho

18/12/2009 - 13h04

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os dados da PesquisaMensal de Emprego (PME), divulgada hoje (18) pelo InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam “timidez”no mercado de trabalho nas seis principais regiões metropolitanas dopaís, o que ainda pode ser reflexo da crise internacional. Aavaliação é do gerente da pesquisa, Cimar Azeredo.De acordo comele, apesar de terem sido atingidos alguns recordes no mês, havia aexpectativa de uma redução mais forte na taxa de desemprego, quefechou novembro em 7,4%, depois de ter registrado 7,5% em outubro e7,6% no mesmo período do ano passado. O patamar, que foi o mais baixo para um mês de novembro desde o início da sérieda pesquisa, foi também o menor do ano.“O resultadodemonstra que, apesar de ter atingido marcas recordes, o mercado detrabalho ainda está tímido. No mês de novembro, embora tenham sidoregistrados pequenos crescimentos, não houve um avanço expressivo aponto de reduzir a desocupação. Poderia se ter uma expectativa deque a taxa fosse cair mais, principalmente porque em novembro já começamos a visualizar contratações temporárias, como no comércio,que teve pequena expansão, mas nada significativo”,ressaltou.Ainda assim, Azeredo destacou que a demanda poremprego foi em parte suprida pelo mercado, já que, “apesar daestabilidade, houve redução de 40 mil pessoas entre os desocupadose acréscimo de 98 mil entre os ocupados”.Foi o caso docarioca Hugo Maestrini, que, depois de passar alguns mesesdesempregado, conseguiu uma vaga para trabalhar como vendedor em umaloja de roupas em São Gonçalo, região metropolitana do Rio.“Aproveitei as contratações de fim de ano e já vou podercomemorar o Natal com menos preocupação. A melhor notícia é que avaga era temporária, mas já me garantiram que vou continuar no anoque vem”, contou.Cimar Azeredo enfatizou, ainda, que orendimento dos trabalhadores atingiu o maior patamar para um mês denovembro desde 2002, alcançando R$1.353,60. Na comparação comoutubro, o valor ficou praticamente estável, mas em relação anovembro de 2008, houve acréscimo de 2,2%.“Isso demonstraque as políticas voltadas para a população com rendimentos maisbaixos, focando o aumento do salário mínimo, fizeram efeitoelevando o poder de compra da população. Esse é um resultadobastante positivo”, avaliou.