Diretor da ANTT diz que concessionárias também devem resolver gargalos de ferrovias

18/12/2009 - 15h39

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT),Bernardo Figueiredo, rebateu hoje (18) as cobranças da ConfederaçãoNacional dos Transportes (CNT) sobre a resolução de problemas no sistemaferroviário brasileiro. De acordo com Figueiredo, aresponsabilidade de resolver os entraves que prejudicam a segurança e aagilidade das ferrovias não é só do governo federal, mas também dasconcessionárias que receberam as linhas. “O nosso modelo de concessãotem uma falha muito grave que é não definir de quem é aresponsabilidade por esse tipo de investimento. Não dá para imaginarque o governo vai resolver todos os gargalos”, alegou o diretor da ANTT. Segundoele, na interpretação da agência, os investimentos em segurança evelocidade já estão implícitos nas metas estipuladas nos contratos. “Sevocê assume uma meta de velocidade, entende-se que você teráque fazer os investimentos necessários para atingir aquela velocidade.O mesmo vale para a segurança”, interpretou Figueiredo. Entretanto, ele nãodefende que toda a responsabilidade fique para as empresas e, sim, quehaja um entendimento com o governo para dividir a tarefa de remover osgargalos que impedem o melhor desempenho do transporte ferroviário.Segundo ele, até abril será produzido um estudo identificando as principais dificuldades.Também a partir do ano que vem, até junho,o governo começará a estimular a competição entre as empresas queexploram as ferrovias. Entre as novas regras estará a do direito depassagem, que permitirá a uma empresa utilizar a linha concedida aoutra. Ainda segundo Figueiredo, o governo também estáinvestindo R$ 12 bilhões em 5 mil quilômetros na Ferrovia Norte-Sul,para ligar o Porto de Santos (SP) ao Porto de Itaqui (MA), além detrechos da Ferrovia Transnordestina e da ligação da Ferrovia Norte Sul ao Porto de Ilhéus (BA). Futuramente, também será feita a ligação daTransnordestinha à Ferrovia Norte-Sul, a ligação da Norte-Sul comRondônia e o norte de Mato Grosso, e outra ligação ferroviária entre ooeste de São Paulo e o sul de Mato Grosso do Sul. Os planos dogoverno federal incluem ainda uma ferrovia cortando Santa Catarina, umaligando o Paraná ao Mato Grosso do Sul e outros 5 mil quilômetros nasregiões Sul, Sudeste e ligando Rondônia ao Peru para formar o corredorbi-oceânico.