Superintendente critica deficiências de estrutura de portos em audiência na Câmara

17/12/2009 - 16h36

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As deficiências de estrutura e de organização naadministração do Porto de Santos (SP), em face das necessidades desegurança na área, foram criticadas hoje(17) na Câmara dos Deputados pelo superintendente da Guarda Portuária deSão Paulo, coronel Jorge Pimentel. A guarda portuária é composta por414 servidores e "não exerce seu trabalho de forma plena por falta deorganização mínima, de treinamento continuado e até do uso de veículosadequados", afirmou. Há, segundo Pimentel, "muitos problemas emtodos os sete maiores portos do país". Por esse motivo, segundo ele, o ministro da Secretaria Especial dePortos, Pedro Brito, "defende a criação de um modelo de guardaportuária para o Brasil".  "Os portos vivem uma realidade crítica,pois convivem com problemas de natureza internacional", afirma osuperintendente, dizendo que a questão do porte de arma pelos guardasfora da área é importante. Circulam nos 3 quilômetros do Porto deSantos diariamente entre 20 e 30 mil pessoas, além dos 8 miltrabalhadores do local e o trânsito de 20 mil caminhões.Durante audiência pública para debater o porte de armas pelos guardas portuários na Comissão de SegurançaPública e Combate ao Crime Organizado da Câmara, o superintendente afirmou que o tema "éapenas a ponta do iceberg, em vista das questões complexas que envolvemo Porto de Santos, o maior da América Latina, assim como os demais".Pimentel defende que os guardas portuários exercem função policial enão de vigilância, mas que, no entanto, enfrentam problemas fora das docas,"perdendo tempo em delegacias, quando são identificados, para  provarque não estão portando arma ilegalmente". O deputado federalcapitão Lucínio Assumção (PSB-ES), da Polícia Militar do Espírito Santo,criticou "a fragilidade da segurança" nos portos do país, dizendo queno seu estado as armas que matam a população são transportadas nos conteineres que circulam no porto do estado.Oparlamentar julgou injustificável a ausência do secretário Especial dePortos, Pedro Brito, na comissão. Ele foi convidado a comparecer  àaudiência pública,  mas mandou em seu lugar o superintendente daGuarda Portuária de São Paulo, coronel Jorge Pimentel. Para Assumção,"não poderia haver prioridade maior para o secretário, do que falarsobre os problemas dos portos na audiência pública".