Argentina vai produzir vacina contra febre amarela com tecnologia brasileira

17/12/2009 - 16h02

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Argentina vai contar com tecnologia brasileira na produção de vacinascontra a febre amarela. Uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz(Fiocruz) e o Ministério da Saúde da Argentina foi assinada hoje (17)para ajudar o país vizinho a fabricar suas próprias doses. Atualmente,a Argentina compra vacinas contra a febre amarela do Brasil. “Coma transferência, a Argentina passará a ser terceira produtora mundialdessa vacina estratégica, ao lado do Brasil e da França”,  destacou oministro da Saúde brasileiro, José Gomes Temporão. “A saúdeno Mercosul é uma agenda prioritária”, completou, ao informar que avacina brasileira é exportada para cerca de 50 países.De acordocom dados da Organização Panamericana de Saúde (OMS), no ano passado, oBrasil registrou 46 casos de febre amarela e houve 27 mortes. NaArgentina, o número foi menor: 9 casos e três mortes. A doença estáentre aquelas consideradas “negligenciadas” por grandes laboratóriosfarmacêuticos, embora seja endêmica na América Central, América do Sule África, ou seja, ela prevalece nessas regiões.Com o acordo bilateral, nos próximos 90 dias, o Brasil ea Argentina vão definir como será o processo de transferência detecnologia para produção das doses, que devem estar disponíveis em doisanos. De acordo com o  ministro da Saúde argentino Juan Luis Manzur, apresidente Cristina Kirchner liberou a aplicação de “todos os recursosnecessários para implementação do projeto”.Manzurtambém lembrou que os dois países estão trabalhando juntos para combater adengue na fronteira. “Essa é uma doença que está na região e que temosque unir esforços. A saúde não tem fronteiras. O vetor de doenças, omosquito, por exemplo, não passa pela imigração."A parceria inclui ainda o apoio técnico do Brasilpara instalação de bancos de leite humano na Argentina e aprodução acadêmica na área de saúde pública. A Fiocruz vai organizar cursos de mestrado para profissionais da Argentina nas áreasde biologia molecular e celular, biotecnologia, epidemiologia eestatística.