Secretário de Segurança do Rio diz que Polícia Pacificadora não é pirotecnia

16/12/2009 - 16h47

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro,José Mariano Beltrame, disse hoje (16) que a instalação das Unidades dePolícia Pacificadora (UPP) no estado não é “um ato pirotécnico” e que,por isso, não pode ser um processo feito com pressa. A UPP é um projetodo governo fluminense que prevê a instalação de postos de policiamentocomunitário em favelas, com o objetivo de retomar, das mãos dequadrilhas armadas, o controle dessas áreas.“O nosso foco, anossa meta é a continuidade das UPPs. Mas isso não é um atopirotécnico, não é um ato feito com achismo. Isso é um ato pensado.Existe planejamento. A gente está subindo um degrau de cada vez. Agente vai conquistar a população, dando a ela a liberdade de ir evir. Mas mais do que isso, através da postura e da atitude da polícia,que as pessoas percebam que a polícia é uma parceira, que ela está alipresente e que vai ficar”, disse Beltrame.De acordo com o secretário, há um cronograma de expansão dessas unidades peloestado. A Polícia Pacificadora está hoje presente em cinco favelascariocas: Dona Marta, Chapéu Mangueira e Babilônia, na zona sul dacidade; Cidade de Deus, em Jacarepaguá; e Batan, na zona oeste. Outrasduas favelas da zona sul, Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, estão emprocesso de implantação da UPP. Mais duas comunidades da zona sul receberãoa UPP em breve, Morro dos Cabritos e Ladeira dos Tabajaras.Hoje,as polícias Civil e Militar fizeram uma operação para desarticular o restante de uma quadrilha que vendia drogas na Cidade de Deus antes daocupação da favela pela UPP, no final do ano passado. Apesar da PolíciaPacificadora, ainda havia focos de venda de drogas na comunidade.Paradesarticular a quadrilha, a Justiça decretou mandado de prisão para 38pessoas, das quais 15 são acusadas de manter ligação com a venda dedrogas na favela de dentro de presídios. Entre os outros 23 mandados deprisão, sete foram cumpridos hoje. Uma pessoa foi presa em flagrante.Dos 16 foragidos, a polícia acredita que nove estão escondidos nocomplexo de favelas do Alemão, na zona norte da cidade.Segundoo secretário de Segurança, a diferença da operação na Cidade de Deuspara as operações que acontecem em favelas que não têm UPP foi a poucaresistência oferecida pela quadrilha. Isso porque, segundo Beltrame, ogrupo criminoso que atua na comunidade não faz mais uso de fuzis,devido à presença policial permanente no local.Como provadisso, o secretário explica que não houve troca de tiros durante aoperação e que a polícia encontrou com os criminosos apenas trêsrevólveres, em vez de fuzis e metralhadoras. “A importância da unidade pacificadora é justamente quebrar a lógica do território imposto porarmas de guerra”, disse Beltrame.