Crise afetou pouco o mercado brasileiro de seguros, segundo a Susep

16/12/2009 - 17h23

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O mercado seguradorbrasileiro foi muito pouco afetado pela crise financeirainternacional. A avaliação foi feita hoje (16), no Rio de Janeiro,pelo titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep),vinculada ao Ministério da Fazenda, Armando Vergílio.“O setor de segurosnão foi abalado de forma nenhuma. Pelo nosso modelo regulatório,pelas nossas regras prudenciais de liquidez e de solvência, o setorde seguros passou [pela crise] com bastante tranquilidade erobustez e, principalmente, com crescimento vertical”, assegurouVergílio.O setor vai fechar 2009com crescimento médio acima de 12%, englobando seguros gerais,previdência, capitalização e resseguro. A expectativa é defaturamento de cerca de R$ 100 bilhões este ano. Está excluído daprevisão o setor de saúde, supervisionado pela Agência Nacional deSaúde Suplementar (ANS).Vergílio disse que oresultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre nãoafetará o desempenho do mercado segurador brasileiro, que movimentahoje cerca de 4% da economia brasileira. Em 2008, comparado com2007,o mercado de seguros cresceu 15% no Brasil, apesar da crise.“Então, crescer 12% em 2009, comparado com 2008, é fantástico.”Para 2010, osuperintendente da Susep estima que o crescimento do mercadosegurador deverá oscilar entre 16% a 20% em comparação a 2009,levando em consideração a perspectiva de retomada do crescimentoeconômico no país e o reaquecimento da indústria, do comércio eserviços.Em relação ao mercadode resseguros, ele comemorou o fato de estar encerrando o ano com 73resseguradoras em operação nas diversas modalidades, sendo seisresseguradoras locais, e o restante resseguradoras admitidas eeventuais, além de 32 corretoras de resseguro. “Ou seja, mais de100 novas empresas operando.” No momento, mais uma resseguradoralocal em análise pela Susep.Ele admitiu que o setorde resseguro mundial foi muito afetado pela crise e isso tevereflexos no Brasil, principalmente na área de precificação, “nastaxas, onde elas têm que estar em consonância com o mercadomundial”. Disse que por essa razão ainda não foi percebida umaredução nas taxas de resseguro praticadas no Brasil em decorrênciada abertura do mercado. “Mas, com certeza, isso vai haver nopróximo ano.”O faturamento estimadopara o mercado de resseguro brasileiro em 2009 é de R$ 6 bilhões.Vergílio explicou que o acompanhamento do mercado ainda édeficiente e abrange somente as resseguradoras locais. A Susep vairealizar no próximo ano um concurso para admissão de 200 novosanalistas de nível superior. O edital será publicado até o finaldeste mês. “Aí vamos poder realmente aperfeiçoar os mecanismosde controle e de estatística.”