Tesouro capta US$ 500 milhões no exterior com os menores juros da história

15/12/2009 - 19h26

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil captou hoje (15) US$ 500 milhões nomercado internacional com os menores juros da história. O TesouroNacional emitiu títulos da dívida externa com vencimento em 2019 comtaxa de retorno (juros cobrados pelos investidores para comprarem ospapéis) de 4,75% ao ano.A taxa não apenas é a mais baixa para títulos externos com prazo de dez anos,mas é a menor entre todos os lançamentos de títulos brasileiros emdólar. Antes da emissão de hoje, os menores juros  haviam sido de5,299% ao ano, registrados em maio de 2008. Na ocasião, o país também havia lançado títulos de dez anos.Jurosmenores significam que os investidores internacionais estão menosdesconfiados do risco de que o país dê calote. Taxas baixas tambémindicam que os investidores externos estão mais confiantes naestabilidade econômica do país que emite os títulos.A emissãoocorreu uma semana depois de a agência de análise de risco Standard& Poor's manter o grau de investimento do Brasil. A agência foi aprimeira a conceder a classificação ao país, em abril de 2008.Ograu de investimento representa a garantia de que o país tem capacidadede honrar os compromissos e pagar as dívidas interna e externa. Essaclassificação permite ao Brasil atrair recursos de fundos deinvestimentos estrangeiros, que só aplicam onde o risco de calote ébaixo.O Tesouro anunciou ainda que lançará mais US$ 25 milhõesem títulos no mercado asiático, mas os resultados finais da emissãoexterna só serão divulgados amanhã (16). O dinheiro da emissão só seráincorporado às reservas internacionais no dia 22.Esta foi a quinta vez neste ano que o Brasil emitiu títulos no exterior. Em janeiro, o Tesouro captou US$ 1,025 bilhão em títulos com vencimento em 2019. Em maio, foram captados mais US$ 750 milhões no exterior também em papéis com vencimento em 2019.No final de julho, o Brasil emitiu mais US$ 525 milhões em títulos com vencimento em 2037 e, no final de setembro, o país captou US$ 1,25 bilhão em papéis com vencimento em 2041.