Servidores da Fiocruz fazem paralisação contra corte do adicional de insalubridade

15/12/2009 - 13h09

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Servidores da FundaçãoOswaldo Cruz (Fiocruz) começaram hoje (15) uma paralisação de 48horas em setores não essenciais da instituição. Segundo aassociação que representa os servidores, cerca de 70% dos 5 milfuncionários aderiram à mobilização. A instituição,vinculada ao Ministério da Saúde, tem núcleos de ensino, pesquisa,atendimento médico e produção de remédios. Apenas os setoresconsiderados essenciais, como o atendimento nos dois hospitais daFiocruz e parte da produção de medicamentos, continuamfuncionando.De acordo com o presidente da associação, PauloCésar de Castro Ribeiro, o objetivo da paralisação é protestarcontra o corte do pagamento do adicional de insalubridade neste mês,que representa cerca de 10% do salário de 80% dos funcionários dafundação. “Isso [ocorte] tem um impacto grande para nós e aconteceu sem nenhum aviso prévio para os servidores. Elestêm uma grande perda e, muitas dessas pessoas, estão com problemasaté para pagar suas contas”, disse Ribeiro.Segundo oMinistério do Planejamento, em novembro do ano passado, houve umamudança no sistema de recursos humanos. A partir de então, opagamento do adicional de insalubridade ficou atrelado àapresentação de um laudo técnico, por parte das instituiçõesfederais, que comprovem a necessidade do benefício.Emnovembro deste ano, o Ministério do Planejamento enviou mais umcomunicado aos órgãos federais, dizendo que encerraria o prazo paraa apresentação desses laudos neste mês. Segundo a assessoria dapasta, até agora a Fiocruz não apresentou os documentosexigidos.De acordo com a fundação, uma comissão foi criadahá cerca de um ano para fazer esses laudos. Mas, diante dacomplexidade do trabalho, a instituição não conseguiu concluir olevantamento a tempo de entregar os documentos ao Ministério doPlanejamento.“Não é aceitável que os funcionáriosdeixem de receber um determinado valor em seu contra-cheque porqueuma instituição não foi capaz de entregar os laudos. Quer dizer, éa instituição que não entrega o laudo, mas é o trabalhador que épunido. Acho que falta sensibilidade ao Ministério do Planejamento”,disse Ribeiro.O Ministério do Planejamento diz que o prazofinal para a entrega dos laudos é amanhã (16). Caso a Fiocruzapresente os laudos até esta data, os adicionais de insalubridadepoderão ser depositados na conta dos funcionários. A Fiocruzinformou que fará o possível para tentar atender à demanda doministério.