Schwarzenegger diz que Conferência do Clima vai preservar avanços de Quioto

15/12/2009 - 13h40

Roberto Maltchik
Enviado Especial
Copenhague (Dinamarca) - Um dospalestrantes mais aguardados hoje (15), em Copenhague, o governadorda Califórnia, ArnoldSchwarzenegger, disse que,independentemente do resultado das discussões, a Conferênciadas Nações Unidas sobre Mudanças Climáticasvai servir para manter a mudança de pensamento sobre o meioambiente, impulsionada em 1997 com o Protocolo de Quioto.“Algunspodem dizer que Copenhague vai falhar se não houver um acordopoderoso. Mas essa conferência já é um sucesso.Quioto [o protocolo, assinado em 1997, que põe sobre ospaíses ricos a responsabilidade pelas emissõeshistóricas de gases de efeito estufa] mudou a forma depensar das pessoas. Vamos preservar Quioto e aproveitar essemomento”, afirmou Schwarzenegger, diante de um auditóriolotado.Segundo ogovernador do estado norte-americano da Califórnia, as NaçõesUnidas deveriam convocar uma outra conferência somente paradiscutir as ações regionais de combate ao aquecimentoglobal. “A Califórnia tem a 17ª maior economia domundo. Muitas pessoas vão até lá para saber oque estamos fazendo. Queremos transformar nossa matriz energéticapara que 45% dela seja renovável em 10 anos.”Schwarzenegger aindaencontrou clima para brincar ao final do discurso: “Eu voltarei”,lembrando a célebre frase do personagem interpretado por eleno consagrado do filme O Exterminador do Futuro.A presençade celebridades, como ex-ator austríaco e o ex-vice presidentedos Estados Unidos, Al Gore, ocorre num momento crucial dasnegociações. A presidente da Conferência, aministra do Clima da Dinamarca, Connie Hedeggard, disse que osministros terão que trabalhar muito nas próximas 48horas para que se chegue a um acordo.E voltou alembrar aos países ricos sobre a importância definanciar ações no mundo pobre e em desenvolvimentopara frear o aquecimento global. “Não podemos ficar apenasno dinheiro de curto-prazo. Essa é uma questãocrucial.”Jáo negociador dos Estados Unidos, Todd Stern, afirmou categoricamenteque os norte-americanos não devem mudar a meta, jáanunciada, de reduzir em 17% as emissões de gases de efeitoestufa até 2020, considerando 2005 como ano-base. “Nãoviemos aqui para mudar a meta anunciada pelo presidente Obama. Temosoutras ações que não estão na meta epodem aumentar [o esforço dos EUA]. Mas nãovamos prometer algo que não poderemos cumprir depois.”O Brasilparticipa das negociações de bastidores, a tônicadas conversas nesta terça-feira em Copenhague. O pontocentral, além do financiamento, é a adoçãode metas que suportem o objetivo da Conferência: reduzir empelo menos 25% as emissões globais de gases de efeito estufaaté 2020, considerando a emissão registrada em 1990.Ogovernador de São Paulo, José Serra, tambémparticipou do painel, que destacou ações regionais paracombater o aquecimento global. Serra falou sobre a meta de SãoPaulo, que pretende reduzir em 20% as emissões de gáscarbônico (CO2) até 2020. Opresidente Luiz Inácio Lula da Silva chega à Dinamarcana madrugada de amanhã (16) e passará o dia emconversas reservadas com negociadores fora do centro de convenções.