Presidente da Firjan cobra reforma tributária e mais investimentos em educação básica

15/12/2009 - 18h01

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A qualificação da mão de obra, baseada em uma boa educação básica, e a reforma tributária são apontadas pela indústria fluminense como essenciais para acabar com os entraves ao crescimento no Brasil. Ao defender hoje (15) a necessidade de o país investir mais na área de ensino e de realizar mudanças em seu sistema de tributos, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, lembrou que há 12 anos a entidade reivindica a realização de reformas estruturantes.   Ele também discordou dos analistas que consideram que a taxa de câmbio não traz competitividade para as empresas brasileiras. “Achamos o inverso. O Brasil  está dando certo. E nós temos que entrar dentro dos custos que atrapalham a competitividade.”Gouvêa Vieira listou, entre eles, a reforma tributária e a necessidade de redesenho do Estado para reduzir os custos fiscais, além das reformas trabalhista, para desonerar a folha de pagamentos e trazer mais trabalhadores para a formalidade, e da Previdência. Para ele, as reformas estruturantes ainda não ganharam força na agenda política.“Sem falar na mãe de todas as reformas, que é a política“, assinalou o empresário. O presidente da Firjan salientou que os países que estão mostrando taxas de crescimento  importantes, apesar da crise internacional, com destaque para as nações asiáticas, “já ultrapassaram isso [as reformas]”. De acordo com Gouvêa Vieira, as economias da Ásia crescem a taxas entre  8% e 9% “porque encararam isso no passado.”Segundo Gouvêa Vieira, essa agenda vai ser inexorável e a sociedade  terá de se movimentar para fazer com que o Executivo e o Legislativo  encarem esses temas de forma profunda e séria. Em relação à educação básica e profissional, ele lembrou que a Firjan efetua, anualmente, cerca de 20 mil matrículas nos diversos cursos oferecidos.“Esse é um passivo que durante décadas o Brasil não encarou como fundamental para o desenvolvimento e a inclusão social”, disse o presidente da entidade. “Esse é o entulho do Brasil. O entulho tributário e o entulho do passivo social  por meio de uma educação carente”.