Primeiro leilão de energia eólica é visto como um marco pelo presidente da CCEE

14/12/2009 - 21h26

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O primeiro leilãode energia eólica realizado hoje (14) marca o início dainserção dessa fonte na matriz energética nopaís, disse o presidente da Câmarade Comercialização de Energia Elétrica (CCEE),Antônio Carlos Fraga Machado, ao fazer um balanço do leilãorealizado em São Paulo. Ao fim de mais de oito horasde disputa e 75 rodadas, foram contratados 1.805 Megawatts (MW) aopreço de R$ 148,39 o MWh - deságio de mais de 20%em relação ao preço inicial de R$ 189,00. “Com esses resultadose a maneira como ela se apresentou competitiva, a energia eólicase habilita para disputar o espaço com as térmicas e asdemais fontes renováveis na complementaridade do sistemahídrico. Ou seja, aquilo que era uma coisa remota estápassando a ser factível. Esse é o grande marco desseleilão”, afirmou o presidente da CCEE. De acordo comele, a quantidade de energia eólica contratada hoje étrês vezes maior que a que é ofertado atualmente noBrasil, cerca de 628 MW. Ao todo, 71 empresas, das 225 quedisputaram, fecharam contratos que, juntos, somam R$19,59 bilhões.Os investimentos serãorealizados nos estados do Rio Grande do Norte, Ceará, daBahia, do Rio Grande do Sul e de Sergipe. Ainda não se sabequanto os novos parques energéticos vão agregar àseconomias locais, mas na opinião de Machado esse é umnovo mercado que se abre. “Onde tem demanda tem oferta. Éum mercado que se abre para a indústria nacional e paraindústria estrangeira. Aí vai depender dos incentivosgovernamentais e da competência das empresas que vãodisputar”, afirmou. Durante as prévias do leilão,algumas empresas reclamaram do preço-teto definido peloMinistério de Minas e Energia, de R$ 189,00 – algumas delasaté se afastaram da disputa por causa do valor inicialestipulado. Machado disse, noentanto, que o preço fechado no fim comprovou que o valorestava dentro do previsto pelo mercado. “Foi provado que ele foiadequado, porque se comprou tudo o que se queria por um preçomuito abaixo do proposto. Aliás, essa é a vantagem doleilão, ele mostra o preço real da energia”, afirmouo presidente da CCEE.A Empresa de Pesquisa Energética (EPE)divulgou nota em que também demonstra satisfaçãocom os resultados do leilão. No texto, a EPE afirma que acontratação de empreendimentos eólicos demonstrao interesse do governo em “manter o alto percentual de fontesrenováveis na matriz energética brasileira”.