"Nem todos têm moral para pedir abertura de processos", diz deputada líder do governo Arruda

14/12/2009 - 16h35

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A deputada distrital Eurides Brito (PMDB) disse hoje (14) que irá sedefender das acusações de que receberia dinheiro para apoiar oExecutivo local. Líder do governo José Roberto Arruda na Câmara Legislativa doDistrito Federal, ela aparece guardando dinheiro em umabolsa, em vídeo divulgado nas últimas semanas.“Pessoalmente, sou a favor de que quando se temuma dúvida se investigue. Agora, nem todas as pessoas têm moral parapedir abertura de processos. Que venha três, que venham dez [processos]porque eu vou responder a todos”, disse Eurides, pouco antes do inícioda sessão extraordinária marcada para esta tarde.Alegando estarsofrendo por não poder “abrir a boca”, Eurides disse estar ansiosa para“dizer tudo o que tenho a dizer” e que só não o faz por causa dasorientações que recebeu de seu advogado. “Ele me recomendou a não falarnada. É uma questão de ética com a Justiça, mas estou ansiosa paradizer tudo que tenho a dizer”.Eurides é um dos três deputadosalvo das investigações da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal(PF), que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pede que sejamcassados. Os outros dois são o ex-presidente da Casa, Leonardo Prudente(DEM) e Júnior Brunelli (PSC). Além de aparecerem recebendo dinheiro,os dois distritais também foram gravados orando pelo ex-secretário deRelações Institucionais. Além da abertura de processo porquebra de decoro parlamentar contra os três, a OAB também pede queoutros cinco deputados distritais suspeitos de integrar o esquema sejamimpedidos de votar no processo de impeachment de Arruda. “Vocês vão conhecer a cada momento o que eufarei. Quando tiver meu nome envolvido, eu não estarei presente, masminha consciência é que vai dizer a cada momento o que devo fazer”,afirmou Eurides quando questionada se sentia-se a vontade para decidiro futuro político do governador.