Candidatos retomam campanha para a Presidência do Chile

14/12/2009 - 10h07

Renata Giraldi
Enviada Especial
Santiago (Chile) - Mal foi concluída acontagem dos votos no Chile, os dois candidatos que irão disputar osegundo turno das eleições, em 17 de janeiro, retomaram hoje (14) acampanha. Com 14 pontos percentuais de diferença a seu favor, o candidato de oposiçãoSebastián Piñera (Alianza), de centro-direita, reitera o discursopela mudança, enquanto o governista e ex-presidente EduardoFrei-Ruiz (Concertación), de centro-esquerda, marcou para amanhã(15) uma grande reunião com sua equipe.Frei-Ruiz atua parareduzir as restrições a ele dentro da própria esquerda. Ao serescolhido candidato, provocou o racha na Concertación e a saída dodeputado Marco Henriquez Ominami, que se lançou como candidatoindependente nas eleições, realizadas ontem (13). Também éapontado por muitos como a imagem do passado, uma vez que ao deixar ogoverno em 2000 tinha baixa popularidade, algo que os chilenos nãoquerem.O candidato governista partiu para os ataques aoadversário da oposição. “Ocaudilhismo [autoritarismo] levou o país ao fracasso”, afirmou Frei-Ruiz. Segundoele, a eleição de Piñera seria um retrocesso para o Chile.“Vamos demonstrar que a força da esquerda é maior.”Oex-presidente afirmou hoje que fará amanhã ao meio-dia uma grandereunião com correligionários e simpatizantes já visando ao segundoturno das eleições. A ideia é ampliar a campanha e buscar votosnas áreas tradicionalmente dominadas pela esquerda, mas que votaramem Ominami e em Jorge Arrate (da coligação Juntos PodemosMais).Sorridente, Piñera não escondeu a surpresa de obter44,23% contra os 30,5% de Frei-Ruiz. Para ele, é a demonstração deque os chilenos querem mudanças. Sabendo que deve conquistar osvotos da classe média, que resiste à direita, o candidato daoposição intensificou o discurso diretamente para essesegmento.“Temos de trabalhar para reduzir a delinquência eo narcotráfico no nosso país. Vou governar para todo o Chile e voudar atenção especial aos mais humildes e à classe média”,afirmou Piñera, que é apontado como o candidato dos ricos, uma vezque é um dos empresários mais bem-sucedidos do país.Aseleições, realizadas ontem no Chile, foram analisadas como uma dasdisputadas dos últimos anos no país. É a primeira vez, em 20 anos,que a direita sai na frente da esquerda numa corrida presidencialdesde a redemocratização chilena. O resultado do primeiro turno daseleições preocupa os defensores do socialismo que têm na memóriaos 17 anos de ditadura sob comando do general Augusto Pinochet(1973-1990).