Brasil e Estados Unidos defendem salvo-conduto para Zelaya

14/12/2009 - 0h24

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O assessorespecial para Assuntos Internacionais da Presidência da República,Marco Aurélio Garcia, reiterou a posição brasileira em defesa do salvo-conduto (permissão do governo para que transite livremente) do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya. Segundo ele,esta também foi a posição defendida pelo governo norte-americano,manifestada hoje (14) durante a reunião que teve com osecretário assistente de Estado para o Hemisfério Ocidental dos EstadosUnidos, responsável pela América Latina, Arturo Valenzuela. “Osecretário se disse favorável ao salvo-conduto e [afirmou] queprecisamos desbloquear essa situação”, disse Garcia após a reunião.“Manifestamos nossa preocupação de que o episódio de Honduras não venhaa estabelecer um precedente que desestabilize a democracia na região,particularmente na América Central, onde o processo democrático é maisrecente”, acrescentou.Zelaya havia pedido, na semana passada, para deixar o país como"hóspede ilustre", mas o governo interino só aceitou a saída caso elepedisse asilo político a outro país, condição rejeitada pelo líderdeposto. Com a decisão de negar o salvo-conduto, Zelaya permanece naEmbaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde está hospedado desde o dia 21de setembro.De acordo com Garcia, a instalação de basesaéreas norte-americanas na Colômbia também foi abordada durante areunião. “Transmitimos a posição do governo brasileiro, de que [asbases] não são um fator positivo para a região. O governonorte-americano precisa ter um diálogo mais direto com os países da região, para eliminar inclusive a guerra de informações”.Foram abordados ainda os esforços dos dois países para amenizaros problemas no Oriente Médio, em especial a questão da Palestina e doIrã. “A Palestina é uma questão que tem irradiação negativa muitogrande sobre o conjunto da humanidade, incidindo de forma perigosasobre cenários”. Sobre o Irã, Garcia disse que os dois governosconcordam quanto à necessidade de o país se submeter às normas daAgência Internacional de Energia Nuclear, visando ao uso pacífico dessetipo de energia. Garcia negou, novamente, que as relações  comos EUA estivessem prejudicadas. “Eram boas já no governo Bush etiveram um upgrade com o [Barack] Obama. É normal que os governostenham apreciações distintas”, afirmou, em referência às advertências dasecretária de Estado americana, Hillary Clinton, aos países da AméricaLatina que buscam se relacionar de forma mais próxima com o Irã.