Nove milhões de chilenos escolherão hoje novo presidente, deputados e senadores

13/12/2009 - 11h04

Renata Giraldi
Enviada especial
Santiago (Chile) - Depois de 20 anos no poder, a esquerda do Chile está ameaçada pela direita do país. Neste domingo (13),cerca de 9 milhões de chilenos, em nove regiões políticas do país, irãoàs urnas para escolher o novo presidente da República, 20 senadores e120 deputados. Se as projeções eleitorais estiverem certas, umcandidato da direita e outro da esquerda deverão polarizar os votos nosegundo turno, em 17 de janeiro. No Chile, estas são as últimas eleições de voto obrigatório. Aprevisão das autoridades chilenas é que ainda hoje seja anunciado oresultado oficial das eleições. Os eleitores votam em três diferentescédulas de papel.  Asurpresa política destas eleições é que a presidente MichelleBachelet, mesmo com 80% de popularidade, pode não fazer seu sucessor. Paraanalistas políticos, as explicações são o desejopela inovação que motiva a sociedade do Chile, o desgaste causado por20 anos da esquerda no poder e a resistência a ter novamente um presidente que já ocupou o Palácio de La Moneda – sede oficial do governo federal chileno.Acorrida presidencial no Chile envolve o candidato da oposição MiguelSebastián Piñera, da coligação Alianza (centro-direita); oex-presidente Eduardo Frei Ruiz (filho de Eduardo Frei Montalva, presidente nos anos 1960), dacoligação Concertación (de Bachelet); o independente MarcoEnriquez-Ominami Gumucio e Jorge Arrate (da aliança Juntos PodemosMais), ambos da esquerda.   Pesquisas de opinião indicam quePiñera lidera as intenções de voto, mas não deve obter os mais de 50%necessários para ganhar logo no primeiro turno. Em segundo lugar,aparece Frei-Ruiz muito próximo de Ominami. Anteontem (11), Arrateanunciou seu apoio a Frei-Ruiz, irritando Ominami que mantinha esperançasde ir para um eventual segundo turno.Estas eleições no Chilesão consideradas emocionantes, uma vez que nem os analistas políticos arriscam palpitespara dizer quem seria o vitorioso. De acordo com a Presidência daRepública, cerca 500 repórteres chilenos e outros 200 estrangeirosestão credenciados para acompanhar as eleições no país. São cerca de160 veículos entre nacionais e internacionais.O Democratas(DEM) enviou quatro observadores para o Chile. Estão em Santiago desdeo dia 11 o ex-prefeito do Rio Cesar Maia (pai do presidente do DEM,deputado Rodrigo Maia); os deputados Alceni Guerra, do Paraná,e Germano Bonow e Matteo Chiarelli, do Rio Grande do Sul.Para o DEM, as eleições no Chile devem seranalisadas de perto porque a esquerda pode ser vencida pela direita,mesmo com a elevada popularidade de Bachelet. De acordo com Guerra, aexpectativa de seu partido é que situação semelhante ocorra no Brasilna sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições de outubro de 2010.