Diretor do Ibase defende CLS com medo de “retrocesso” nas políticas sociais

13/12/2009 - 13h04

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ano de 2011, após as eleições gerais, poderá marcar uma inflexão napolítica social e pôr em risco alguns avanços na redução da pobreza, avalia o diretor do InstitutoBrasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), Francisco Menezes.“Temos experiência de ações e programas de governo que tiveramprogresso, mas que depois, por motivos de disputa política, são deixadasde lado. São abandonas e quem paga por isso são as populaçõesbeneficiadas”, alerta.Em suaavaliação, a proposta de fazer a Consolidação das Leis Sociais (CLS),que o governo deverá encaminhar ao Congresso Nacional no começo dopróximo ano, poderá evitar que as políticas sociais em funcionamento,algumas amparadas em decretos presidenciais, sejam revogadas. “Nãopodemos ficar pelo meio e nem podemos retroceder. A ideia deConsolidação das Leis Sociais pode trazer estabilidade, não só no planofederal. Com isso, os gestores saberão o campo de atuação permanente eestarão menos sujeitos às oscilações do humor político”, disseFrancisco Menezes à Agência Brasil.Para o diretor do Ibase, a discussão da proposta em ano eleitoral poderá sofrer boicote ou ter adesãofácil dos partidos e políticos que não querem formar sua imagem emoposição a uma política que em sua avaliação “está dando certo”. SegundoMenezes, “os avanços conquistados são manifestados pela sociedade. OBolsa Família era muito questionado inicialmente e hoje os partidos deoposição dizem que, se chegarem ao poder, irão assumi-lo e fazeravançar mais”, assinala. Em sua opinião, será difícil mudar aagenda social e a CLS pode favorecer programas ainda incipientes, comoo de aquisição de alimentos da agricultura familiar, que podem serbeneficiados nesse movimento de consolidação.O diretor do Ibase participou na sexta (11)do Seminário Internacional sobre Sistemas de Proteção Social, que oMinistério do Desenvolvimento Social (MDS) e o Banco Interamericano deDesenvolvimento (BID) realizaram em Brasília.