Resultado do PIB não altera expectativas do setor eletroeletrônico

12/12/2009 - 16h31

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O crescimento de 1,3%do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, divulgado nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e  Estatística (IBGE), nãoalterou a expectativa do setor eletroeletrônico brasileiro para o anode 2009.As projeções da Associação Brasileira da IndústriaElétrica e Eletrônica (Abinee) já consideravam um PIB de 0% este ano,esclarece, no Rio de Janeiro,o presidente da entidade, Humberto Barbato. As previsões  são de quedade 9% no faturamento para o setor, em 2009, somando em torno de R$ 115bilhões.Para 2010, entretanto, a Abinee está trabalhando com uma perspectiva de crescimento do PIB de 4%, o que permitirá ao setor ter umaexpansão de 11%, atingindo um faturamento de R$ 125 bilhões. Oresultado é semelhante ao obtido em 2008, quando o faturamento foi deR$ 123 bilhões, revelando expansão de 10%.As medidas tomadaspelo governo de redução de impostos e incentivo ao consumo fizeram comque as empresas eletroeletrônicas  não sentissem durante  muito tempoos efeitos da crise internacional. “Elas deram tanto resultado que saímos da crise muito rapidamente, felizmente”. O setor, quesofreu retração no primeiro semestre deste ano de 13%, conseguiureduzir a queda, no segundo semestre, para 1%, sinalizando recuperação.As áreas ligadas a bens de consumo duráveis, como telefones celulares einformática, foram as mais prejudicadas.Barbato acredita que ossegmentos que deverão impulsionar o setor  em 2010 são os detelecomunicações, em especial na parte de infraestrutura e bandalarga;  informática; e energia, principalmente a área de geração. “Noano que vem, geração começa a ter um impacto muito importante, até porque, com a Copa do Mundo e as Olimpíadas, não podemos ter  nenhum apagão nas telecomunicações, muito menos na área de energia elétrica.”Atendência é que o setor de telecomunicações experimente crescimento de21% em 2010 e o de informática 11%, “embora haja empresas que prevejamaté 20% para  este setor”, observou Barbato. Os desafios para 2010incluem a superação das dificuldades para promover a inclusão digitalno país e a elevação da taxa de câmbio para dar maior competitividadeàs exportações do setor brasileiro e reduzir as importações, querepresentam atualmente 19% do faturamento. “O importante é ter preços competitivos”, destacou.Barbatorevelou ainda que as 7 mil demissões registradas pelas empresasfiliadas à Abinee, em decorrência da crise externa, já foram quasetotalmente revertidas. O setor responde, hoje, por um total de 160 milvagas abertas, contra 162 mil em 2008.