Maioria do Congresso chileno rejeita revisão da Lei de Anistia

12/12/2009 - 16h31

Renata Giraldi
Enviada Especial
Santiago (Chile) - A retomada da discussãosobre a revisão da Lei de Anistia no Chile pode não avançar, diz oex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM), que acompanha a políticachilena há cerca de 40 anos. Para ele, o debate estimulado pelapresidente Michelle Bachelet não prosperará porque a maioria dosparlamentares do Congresso do país não quer.“Para mim vai ocorrerno Chile o mesmo que aconteceu no Uruguai, onde recentemente foirealizado um plebiscito e a população rejeitou a revisão da Lei deAnistia”, disse o ex-prefeito à Agência Brasil. “NaCâmara chilena, a maioria dos 120 deputados não quer discutir oassunto nem se interessa em revisar a Lei de Anistia.”Maia está em Santiago(Chile) acompanhado por mais três parlamentares do DEM comoobservadores internacionais das eleições. Para o Democratas, aseleições chilenas têm um significado diferenciado porque ocandidato da centro-direita, Miguel Sebastián Piñera (Alianza),tem chances de vencer as eleições, depois de 20 anos da esquerda nopoder. A discussão sobre arevisão da Lei de Anistia ganhou força com a decisão da Justiçade prender seis suspeitos do assassinato do ex-presidente EduardoFrei Montalva (1964-1970) por envenenamento. Como Michellle Bacheletsinalizou que tentará aprovar no Congresso Nacional cinco projetosreferentes à Lei de Anistia e aos direitos humanos, o tema virouassunto nos palanques dos quatro candidatos à sucessãopresidencial. A disputa pelaPresidência do Chile envolve o candidato da oposição Piñera, dacoligação Alianza (centro-direita); o ex-presidente Eduardo FreiRuiz (filho de Frei Montalva), da coligação Concertación (deBachelet); o independente Marco Enriquez-Ominami Gumucio e JorgeArrate (da aliança Juntos Podemos Mais), ambos da esquerda. Pesquisas recentesindicam que haverá segundo turno nas eleições, em 17 de janeiro.Com isso, a tendência, de acordo com analistas políticos, é que arevisão da Lei de Anistia e os direitos humaos continuarão emdiscussão. O presidente eleito do Chile assume o governo em 11 demarço de 2010. Cerca de 9 milhões de eleitores vão às urnasamanhã (13).