Professores ainda não estão preparados para tratar diversidade de gênero, dizem especialistas

11/12/2009 - 14h57

Da Agência Brasil

Brasília - Apesarde avanços sensíveis na formação dos profissionais de educação, osprofessores, em geral, não estão preparados para orientaros alunos quanto à sexualidade e, principalmente, à diversidade degênero. Isso é consequência de uma defasagem entre a capacitação dosprofessores e a realidade vivida por crianças e adolescentes em sala deaula.A avaliação foi feita por especialistas na manhã de hoje(11), em Brasília, durante a mesa Educação Integração em Sexualidadedos Jovens, da Oficina de Trabalho Compromissos do Governo Brasileirocom a Plataforma da Conferência Internacional sobre População eDesenvolvimento: Rumos para Cairo + 20, promovida pela SecretariaEspecial de Políticas para Mulheres (SPM), da Presidência da República.Paraa pesquisadora do Centro Latino Americano de Sexualidade e DireitosHumanos (Clam), vinculado à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj),Cristiane Cabral, é necessária uma mudança na perspectiva do tratamentodado em sala de aula, de temas como aborto, planejamento reprodutivo econtracepção. “Estereótipos de gênero, classe, étnico-racial ediversidade sexual existentes na sociedade brasileira ainda são poucoquestionados”, acreditaEssa mudança, segundo defendeu acoordenadora-geral de Direitos Humanos, da Secretaria de EducaçãoContinuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), do Ministério daEducação, Rosiléa Roldi Wille, depende fundamentalmente da abordagem utilizada em sala de aula.Segundo ela, é urgente a reformulação depolíticas públicas voltadas para o desenvolvimento desse tipo detrabalho. Isso serápossível, acredita a coordenadora, com a colaboração dos professores,na condição de agentes em contato direto com crianças e adolescentes, e apartir do aperfeiçoamento dos profissionais de educação “já naformação superior”.O evento se encerra nesta tarde, com aconclusão dos seminários e os encaminhamentos de análises das políticasadotadas pelo governo para o cumprimento das metasestabelecidas pela chamada Plataforma do Cairo, documento que estabelece objetivos a serem cumpridos pelos paísesaté 2014, visando a promover a equidade de gênero. Também devem ser apresentadas sugestões econclusões para o aprimoramento das ações executadas pela SPM e outrosministérios.