Lan houses impulsionam acesso à internet no país, revela IBGE

11/12/2009 - 16h26

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O acesso à internet em centros pagos (lan houses) estáassociado ao aumento do uso da rede mundial de computadores no paísem 75,3% nos últimos três anos, de acordo com pesquisa divulgadahoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE).Com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio(Pnad), o levantamento sobre o acesso à internet revelou que,entre 2005 e 2008, os centros públicos foram o segundo lugar maisfrequente de uso, atrás dos domicílios e à frente do local detrabalho, superado neste levantamento.Para os pesquisadores,o uso de centros públicos pode estar associado ao perfilsocioeconômico dos novos usuários da internet que entre 2005e 2008, que passaram de 20,9% para 34,8% e estão entre as classes derenda e de escolaridade mais baixas. “Observamos quelocais de acesso como as lan houses vêm aumentando muito eque os custos nesses locais são baixos. Então, as pessoas com menorescolaridade e menor rendimento podem ter acesso à internet por esse meio”, afirmou a economista do IBGE Maria LúciaVieira.Entre as pessoas que estão na maior faixa deescolaridade (15 ou mais anos), o crescimento de 4,3 pontospercentuais no uso da internet está abaixo do verificado paraos usuários sem nenhuma instrução ou com menos de quatro anos deestudo (4,7 pp).O acesso também cresce de acordo com asclasses de rendimento, embora entre as pessoas com renda acima de cincosalários mínimos o percentual seja de cerca de 75,6%. Na faixa maisbaixa, de até um quarto do salário, o acesso foi de 13%. O grupoentre 15 e 17 anos é o que mais usa essa tecnologia. Quanto àescolaridade, os usuários da internet tem mais de dez anos deestudo e os que não a usam (cerca de 104 milhões de pessoas) têmaté 5,5 anos de escolaridade. Desigualdades regionais tambémsão observadas no acesso à internet. As regiões Sudeste(40,3%), Centro-Oeste (39,4%) e Sul (38,7%) apresentam os maiorespercentuais de uso, enquanto a Norte (27,5%) e a Nordeste (25,1%)estão em patamar inferior. O acesso atingiu o maior percentual noDistrito Federal (56,1%) e o menor, no Piauí (17,8%).“Éjustamente lá [Norte e Nordeste], que se acessa mais decentros públicos em vez de usar a internet em casa”,acrescentou Maria Lúcia, ao falar sobre as dificuldades de acesso àrede. “O custo do computador é elevado, o que pode dificultar,além do tipo de conexão, que, para ser banda larga nessa regiões,precisa de mais investimentos.” Além de estar maisdisponível para as classes de renda e escolaridade mais baixas, oavanço da internet está associado à qualidade do acesso porbanda larga, que duplicou no período para 80,3%.