Governo chileno critica decisão de Micheletti de vetar saída de Zelaya do país

10/12/2009 - 15h39

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Santiago - A decisão do governode Honduras de recusar a saída do presidente deposto, Manuel Zelaya,do país rumo ao México provocou hoje (10) críticas no Chile. Oministro das Relações Exteriores do Chile, Mariano Fernández,reiterou a necessidade de Zelaya e o atual presidente, RobertoMicheletti, buscarem um acordo. A exemplo do Brasil, o Chilenão reconhece o resultado das eleições hondurenhas, realizadas noúltimo dia 29, nas quais Porfírio “Pepe” Lobo foi vitorioso e, portanto, presidente eleito. “Não estamos dispostos aaceitar que haverá um novo paradigma de golpe de Estado”, afirmouFernández.Segundo o chanceler chileno, a decisão, tomadaontem (9) pelo governo Micheletti, agrava a situação em Honduras.Por divergências sobre o status concedido pelo governomexicano a Zelaya – o presidente deposto pedia para ser tratadocomo “hóspede”, enquanto Micheletti insistia em se referir a elecomo “asilado político”. O pedido de autorização para Zelayadeixar Honduras foi recusado pelo governo atual do país.Tambémhoje (10) o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim,criticou a iniciativa do governo de Honduras ao rejeitar a saída deZelaya do país. “É uma intransigência. Não é assim que se fazdemocracia e política, mas querer ensinar diplomacia e política agolpistas é muito difícil”, disse ele. Como Fernández,Amorim afirmou que a autorização poderia ter colaborado para buscarum acordo em Honduras. Para o chanceler brasileiro, a eventualtentativa do governo Micheletti obrigar Zelaya a assinar um documentopedindo asilo político é uma “forma de humilhação”.Acrise política em Honduras se arrasta desde 28 de junho, quando umgolpe de Estado organizado por setores do Congresso Nacional, dasForças Armadas e da Suprema Corte depuseram Zelaya. O presidentedeposto deixou o país e depois retornou, abrigando-se com um grupode correligionários na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa.Desde21 de setembro, Zelaya está abrigado na embaixada, onde, de acordocom autoridades brasileiras, poderá ficar no prédio o tempo queconsiderar necessário. A expectativa é que fique até o final dejaneiro, quando acabaria oficialmente seu mandato como presidente daRepública.