Chanceler chileno ameniza decisão peruana de comprar tanques e aviões de guerra

10/12/2009 - 14h35

Renata Giraldi
Enviada Especial
Santiago - O ministro das Relações Exteriores doChile, Mariano Fernández, amenizou hoje (10) a iniciativa do governodo Peru de comprar tanques de guerra da China e aviões de combate doBrasil. O Chile e o Peru vivem em conflito territorial efrequentemente trocam acusações. Fernández preferiu, no entanto, o tom diplomático ao tratar doassunto. “Não me parece uma iniciativa irresponsável. Nãosentimos isso como uma ameaça”, afirmou Fernández. “Não vejoisso como um problema”, acrescentou ele, durante evento destinado àimprensa estrangeira organizado pela Fundación Imagen de Chile,ligada ao governo chileno. O seminário reúne intelectuais eintegrantes do governo em um dia de debates intitulado Eleições noChile: 20 Anos de Democracia, 200 Anos de Independência. O objetivoé fazer um balanço das duas décadas da centro-esquerda no poder. Oevento ocorre em um hotel em Santiago, capital do país.Para o chancelerchileno, o fundamental é que todos os governos se esforcem por umobjetivo comum: “Temos um desafio. Os desafios do século 21 exigemuma América Latina unida e integrada.” De acordo cominformações do governo do Peru, os aviões que serão comprados doBrasil, fabricados pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer),vão ser usados no combate ao tráfico de cocaína. Segundo osperuanos, é necessário ainda substituir os tanques fabricados pelaantiga União Soviética, nos anos 70.No mês passado, ogoverno e o Congresso Nacional do Peru ameaçaram recorrer contra oChile à Interpol (polícia internacional), à União de NaçõesSul-Americanas (Unasul) e à Organização de Estados Americanos(OEA).O estopim para a ameaça do Peru contra o Chile foi asuspeita de que o militar Victor Ariza Mendoza, detido desde outubro,seria espião e responsável pelo repasse de informações sigilosasreferentes a temas estratégicos, além de conduzir a venda de dadossobre o sistema de defesa peruano.