Advogada de réu confesso diz que fazendeiros não são mandantes do assassinato de irmã Dorothy

10/12/2009 - 15h53

Amanda Mota
Enviada Especial
Belém - A advogada Marilda Eunice Cantal, que defende Rayfran das Neves Sales - réu confesso do assassinato da missionária Dorothy Stang -, afirmou hoje (10) que os fazendeiros Regivaldo Pereira Galvão e Vitalmiro Bastos de Moura não são os mandantes do assassinato da freira norte-americana. Os dois fazendeiros são acusados de terem planejado e mandado matar a missionária. Ambos aguardam julgamento em liberdade. “A versão do Rayfran é que ele não matou a irmã Dorothy em troca de recompensa. Ele disse quem foi a pessoa que o encaminhou a fazer isso [crime] na época e inocenta totalmente o Vitalmiro e o Regivaldo”, declarou.Perguntada sobre quem seria o “mandante do crime”, Marilda Cantal afirmou que não poderia citar o nome porque se trata de uma testemunha do processo. “Essa pessoa é testemunha do processo e no dia em que for chamada a depor irá assumir isso”, acrescentou.Hoje, Rayfran das Neves Sales seria novamente julgado pelo crime, mas a defesa apresentou pedido para suspender o novo julgamento e preferiu aceitar a pena de reclusão de 27 anos, imposta em dezembro de 2005, quando confessou ser o autor dos disparos que mataram Dorothy Stang. O juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, presidente do 2º Tribunal do Júri de Bélem, acatou o pedido e manteve a decisão do primeiro julgamento em que Rayfran foi condenado por homicidio duplamente qualificado.Ainda segundo a advogada, como o réu já cumpriu um sexto da pena, ele tem o direito de progredir do regime fechado para o semiaberto, conforme Lei de Execuções Penais vigente à época da condenação.“Fiz um estudo dos julgamentos anteriores a que o Rayfran foi submetido e avaliei que a pena poderia aumentar em novo julgamento. A melhor decisão que eu vislumbrei, já que o Rayfran já merece a progressão de regime, foi pedir dispensa desse júri”, explicou Marilda.