WWF: proposta da União Europeia para redução de gases é fraca e sem transparência

09/12/2009 - 13h20

Roberto Maltchick
Enviado Especial
Copenhague (Dinamarca) - A organização nãogovernamental WWF anunciou hoje (9), durante a 15ªConferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas(COP-15), um estudo para demonstrar a fragilidade da proposta daUnião Europeia (UE) destinada a reduzir as emissões de gases queprovocam o efeito estufa. Os europeus chegaram à Copenhaguedispostos a diminuir em 20% as emissões de gases até 2020, emcomparação ao nível de emissões de 1990. Segundo a WWF, aUnião Europeia deveria dobrar o esforço e alcançar uma reduçãode 40% das emissões. O estudo, assinado por dezenas de cientistas,entre eles os brasileiros Carlos Nobre, coordenador de MudançasClimáticas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), eLuiz Pinguelli Rosa, secretário executivo do Fórum Brasileiro deMudanças Climáticas, também aponta que a meta de 20% da UE seria“facilmente alcançada” pelos países europeus.A WWFainda alerta que os europeus chegaram à conferência sem nenhumcompromisso de investir recursos nos chamados projetos de Reduçãode Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD, na sigla eminglês), voltados para financiar o combate ao desmatamento,principal aposta do Brasil para contribuir no combate ao aquecimentoglobal.De acordo com Sthephan Singer, cientista daorganização não governamental, além de “fraca”, em termosnuméricos, a proposta dos europeus não é transparente. “A UniãoEuropeia ainda não apresentou os projetos que possam levar a reduçãodos níveis de emissões nos parâmetros apresentados”, afirmou.Adelegação da União Europeia culpou hoje a China e o G77, grupo depaíses do qual o Brasil participa, pelo entrave em parte dasnegociações. De acordo com os representantes europeus emCopenhague, essas nações não permitem o avanço do diálogo a fimde que se alcance um acordo para controlar as emissões de gases nomundo em desenvolvimento.