Fiocruz lança livro para discutir formação técnica comum em saúde no âmbito do Mercosul

09/12/2009 - 18h25

Luiz Augusto Gollo
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A editora da Escola Politécnica de Saúde da Fundação Oswaldo Cruz(Fiocruz) lançou hoje (9) o livro A Silhueta do Invisível: a Formaçãode Trabalhadores Técnicos em Saúde no Mercosul, reunindo as principaisexposições e trabalhos apresentados no seminário sobre o tema,realizado em novembro doano passado na própria escola. Participaram dos três dias do encontro30 expositores e 400 especialistas de vários países da América Latina.Oobjetivo do seminário foi promover a discussão sobre diferentesmaneiras de formação técnica na área da saúde nos países do MercadoComum do Sul, o Mercosul, objetivando uma base que permita a absorçãoda mão de obra técnica no setor pelos quatro países membros dacomunidade, mais os estados associados, como a Bolívia.Além doidioma, a principal diferença verificada entre os sistemas educacionaisé que o Uruguai, a Argentina e o Paraguai mantêm a formação apenas no ensinosuperior, enquanto o Brasil forma técnicos de nível médio em cerca de20 campos de atuação, como da enfermagem, radiologia, de laboratório deanálises clínicas e de vigilância sanitária.O livro é dividido emtrês partes: a primeira reproduz as intervenções dos representantesoficiais sobre as perspectivas das negociações para a integração naárea da saúde. Ainda embrionária, esta discussão se restringe aaspectos econômicos e científicos, não contemplando a formaçãoacadêmica dos profissionais.A segunda parteretrata a reunião até então inédita dos responsáveis pela formação dostécnicos, tanto da área da educação quanto da área da saúde. No Brasil,por exemplo, os técnicos em enfermagem seguem a formação da saúde erecebem a certificação da educação. Variantes desta realidade,encontradas nos países vizinhos, foram também abordadas no seminário eestão registradas no livro.Finalmente, a terceira parte traz orelato das nove experiências apresentadas no seminário por quatropaíses: o Brasil, a Argentina, Bolívia e Costa Rica, além do documentofinal do seminário, no anexo que resume em quatro páginas os principaistemas discutidos.A professora e pesquisadora Marcela Pronko, umadas organizadoras do livro, adianta que o público alvo são osencarregados da negociação no Mercosul, os formadores da mão de obratécnica em saúde, os próprios técnicos e os pesquisadores não só daárea do Mercosul, como da América Latina. “O idioma diferentenão é apontado como entrave essencial para a integração dos técnicos nomercado de trabalho comum do Mercosul”, garante a professora, umaargentina com 15 anos de Brasil e três na Fiocruz. “A língua é maisdifícil no relacionamento diário, na vida cotidiana”.SegundoMarcela Pronko, as diferenças na formação técnica em questão estão nonúmero de horas/aula e nas áreas de habilitação disponíveis, além departicularidades nacionais. No Uruguai, por exemplo, a Universidade daRepública é a única responsável pela formação na área da saúde,enquanto o Paraguai enfrenta a forte evasão de mão de obra na área deenfermagem e técnica de enfermagem para os países da União Europeia,sobretudo a Espanha.A Silhueta do Invisível: a Formação deTrabalhadores Técnicos em Saúde no Mercosul tem tiragem de milexemplares, a serem distribuídos gratuitamente a instituições públicasno Brasil e na América Latina, mas pode ser adquirido por interessadosna livraria virtual da Escola Politécnica de Saúde, no endereço www.epsjv.fiocruz.br.A partir da próxima semana, no mesmo site será possível fazer odownload grátis. As exposições e trabalhos foram publicados no idioma dosautores.