Fim do nepotismo diminuiu corrupção no Judiciário, diz Gilmar Mendes

09/12/2009 - 13h47

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - No evento em comemoração ao Dia InternacionalContra a Corrupção, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),ministro Gilmar Mendes, destacou o fim do nepotismo no Judiciário comouma medida que diminuiu os riscos de corrupção na Justiça. Ele lembrouainda que o Poder Judiciário deu os primeiros passo no sentidode acabar com a prática de contratação de parentes em todas as esferasde poder do país.Segundo Mendes, a contratação de parentesabria brechas para a prática da corrupção. O presidente do STF tambémdestacou o papel da Constituição Federal, promulgada em 1988, que temassegurado, apesar de diversos escândalos de corrupção no Três Poderes,a democracia no país.“Precisamos assinalar, nos 20 anos daConstituição, que o Brasil tem dado mostra de praticar uma democraciasólida enfrentando problemas nas áreas em razão de suas incidênciascontinuadas em nossa história. A Constituição tem sido testada, temospassado por problemas sérios, mas sempre dentro dos marcosinstitucionais”, disse Mendes.Gilmar Mendes voltou a falar que,nos próximos dias, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do qual épresidente, irá lança o “Siaf do Poder Judiciário”, para contratar esistematizar os gastos do Poder Judiciário. “Agora, se cuida deuniformizar os critérios de despesas e torná-los transparentes. A faltade critério nos levava à perplexidade. Estamos consolidando os dados ejá temos um modelo”, disse Mendes.Na abertura do eventoalusivo ao Dia Internacional Contra a Corrupção, o ministro daControladoria-Geral da União, Jorge Hage, destacou as ações tomadaspelo órgão no combate à corrupção. Ele lembrou que, desde 2003, a CGUpassou a fiscalizar também estados e municípios que recebem recursosfederais. No período, cerca de R$ 13 bilhões foram verificados e maisde 1,7 mil municípios foram fiscalizadOs. De acordo com Hage,as fiscalizações da CGU nos últimos sete anos resultaram na expulsão de aproximadamente 2,3 mil autoridades e agentespúblicos flagrados em atos de corrupção. Para ele, há ainda anecessidade de que sejam feitas reformas “profundas” para combater acorrupção. “Temos clareza que existem reformas mais profundas,ainda por enfrentar, como são a reforma política, a eleitoral, ofinanciamento de campanhas e a reforma das leis processuais penais asquais são, hoje, a principal garantia de impunidade e grandes obstáculosno combate à corrupção”, discursou Hage.