Despesas do governo com serviços de saúde cresceram 32,6% de 2005 a 2007

09/12/2009 - 10h52

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As despesas do governocom serviços de saúde pública subiram de R$ 70,4 bilhões, em2005, para R$ 93,4 bilhões, em 2007. Essa expansão, de 32,6% emvalores correntes, representou também uma elevação da participaçãoem relação ao Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB), soma de todosos bens e serviços produzidos no país, que passou de 3,3% para 3,5%no mesmo período. Os gastos das famílias com esses serviçosficaram estáveis em relação ao PIB (4,8%), embora em valorescorrentes tenham aumentado de R$ 103,2 bilhões para R$ 128,9 bilhõesentre os dois anos.Os dados, que foram apresentados hoje (9)pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fazemparte da pesquisa Conta Satélite Saúde Brasil, que traz informaçõessobre a produção, o consumo e o comércio exterior de bens eserviços relacionados à saúde, além de dados relacionados aotrabalho e à renda nas atividades que geram esses produtos. Deacordo com a pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública,ligada à Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), Maria Angélica Borges,que também ajudou a fazer o levantamento, a elevação dos gastos daadministração pública com o setor foi significativa, apesar de tersido de apenas 0,2 ponto percentual em relação ao Produto InternoBruto. “Estamos falando de uma expansão relativa ao PIB, queenvolve trilhões de reais”, destacou.Apesar docrescimento, dados relativos aos países integrantes da Organizaçãopara a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelam que oBrasil ainda está bem atrás de nações como os Estados Unidos,onde os gastos da administração pública com saúde representaram,em 2007, 16% do PIB; e a França (11%). Embora sejamverificadas diferenças nos percentuais, Maria Angélica Borgesressaltou que, de um modo geral, os países têm acompanhado essemovimento de aumento dos gastos com saúde, impulsionados pela“incorporação de novas tecnologias e pelo envelhecimento dapopulação”.De acordo com Ricardo Moraes, gerente deModelos e Métodos do IBGE, a análise desse panorama de aumento degastos não permite, no entanto, concluir que a saúde ficou maiscara no país no período.“O gasto com consumo de bens eserviços de saúde aumentou, mas o volume de bens e serviçosconsumidos sofreu o mesmo movimento. Claro que tem aumento de preçosde um ano para o outro, mas não se pode dizer, com base nesselevantamento, que o aumento foi maior do que a média dos outrospreços da economia”, disse.