Com pressão dos alimentos, IPCA atinge maior índice para o mês de novembro desde 2005

09/12/2009 - 13h41

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O excesso de chuvas emdiversas partes do país prejudicou parte da produção de alimentose levou ao aumento de preços de alguns produtos disponíveis nomercado. É o caso da batata-inglesa, que subiu 26,06% e liderou apressão sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),divulgado hoje (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE). O índice, que mede a inflação oficial nopaís, encerrou o mês de novembro com alta de 0,41%, depois de terficado em 0,28% em outubro. A taxa foi a mais alta para um mês denovembro desde 2005.A coordenadora de Índices de Preços doIBGE, Eulina Nunes, destaca que o aumento de 0,58% verificado nosalimentos no mês de novembro interrompe uma sequência de quatromeses de queda. “Há quatro meses os alimentos vinhamcaindo por conta do leite pasteurizado, cujos preços haviam subidomuito nos meses iniciais do ano e depois reverteram o comportamentoficando mais baratos a cada mês. Em novembro, mesmo com a quedasendo mantida, os produtos in natura, especialmente abatata-inglesa, fizeram pressão e a taxa subiu. Esses são produtosmais sensíveis às chuvas, que ficam prejudicados pela umidade, comisso a alta foi relativamente grande”, explicou.Tambémficaram mais caros para o consumidor a cebola (11,43%), a cenoura(5,74%) e o óleo de soja (4,43%). O documento do IBGE tambémdestaca alguns produtos que mantiveram a trajetória de queda, comoas carnes (-0,19%), o frango (-1,10%), o feijão preto (-2,49%) e oleite pasteurizado (-5,75%).O índice relativo aos produtosnão alimentícios apresentou leve redução na passagem de um mêspara o outro (de 0,39% para 0,36%). A principal contribuição partiudos preços dos combustíveis (de 1,74% para 1,12%), que continuaramsubindo, embora em ritmo mais lento do que um mês antes. O litro doálcool ficou 4,61% mais caro em novembro (em outubro, a elevaçãohavia sido de 10,61%) e influenciou também o aumento no preço dagasolina, que subiu 0,85%, depois de ter apresentado alta de 1,06% emoutubro.Também houve alta em transportes (de 0,51% para0,61%), puxados por passagens aéreas (de –12,43% para 18,03%). Ospreços dos automóveis novos (de 1,08% para 0,35%) cresceram menosde um mês para o outro, enquanto os dos usados (de –0,09% para–1,47%) continuaram em queda. O levantamento do IBGE apontaelevação ainda em despesas pessoais (de 0,20% para 0,55%), puxadaspelos serviços de cabeleireiro (de 0,04% para 1,92%); e em artigosde residência (de 0,38% para 0,43%), com destaque para itemimobiliário (de 0,47% para 1,05%).A análise regional apontaque Brasília apresentou o maior resultado (0,70%), influenciadoprincipalmente pela alta em artigos de vestuário (2,05%) ecombustíveis (2,00%). Já o menor índice foi verificado em Salvador(0,19%), onde os itens combustíveis e empregado doméstico tiveramqueda de 3,05% e 2,40%, respectivamente.Para calcular o IPCA,foram coletados preços no período de 30 de outubro a 27 de novembroe comparados aos vigentes entre 29 de setembro e 29 de outubro. O índice é calculado pelo IBGE com base nas despesas das famílias comrendimento mensal de até 40 salários mínimos e abrange nove regiõesmetropolitanas do país, além do município de Goiânia e deBrasília.