China ainda acredita num acordo formal em Copenhague, garante chefe da missão

09/12/2009 - 14h54

Roberto Maltchik
Enviado especial
Copenhague (Dinamarca) - O principal negociador chinês na Conferência Mundial sobre Mudanças Climáticas, Xie Zhenhua, disse hoje (9), em entrevista exclusiva à Agência Brasil, que ainda acredita naassinatura de um acordo formal para combater o aquecimento global aofinal da reunião de Copenhague. Ele espera o acordo,apesar da divisão entre os países ricos e as nações emdesenvolvimento nos três primeiros dias de encontro. “As negociaçõesestão apenas começando. Acho que ainda temos um longo caminho pelafrente”, avaliou.O negociador chinês cobrouatitude dos países desenvolvidos para que cada proposta sobre a mesaseja avaliada seriamente. “O processo não é feito apenas porentendimentos políticos. Precisamos que os países ricos entendam que épreciso ação”.A China chegou a Copenhague com uma proposta dereduzir entre 40% e 45% a emissão de gás carbônico, por unidade doProduto Interno Bruto (PIB), até 2020, considerando os níveis deemissão em 2005. O país é atualmente o maior emissor de gases queprovocam o efeito estufa do planeta.A principal cobrança doschineses é que os países ricoselevem as metas anunciadas antes da conferência. A meta dos Estados Unidos éreduzir as emissões em 17%, também em comparação com 2005. No entanto,o esforço norte-americano é criticado até mesmo pelos países da UniãoEuropeia.A chefe da agência norte-americana de Mudanças Climáticas, Lisa Jackson, admitiu que a crise financeira tirou um pouco do entusiasmo daindústria do seu país para se adaptar ao uso de novas fontes deenergia limpa, que podem elevar o custo de produção. Ela disse que os Estados Unidos vãotrabalhar duro para garantir um acordo global contra o aquecimentoglobal.