BNDES poderá apoiar empresas africanas e sul-americanas na compra de máquinas

09/12/2009 - 15h17

Kelly Oliveira e Daniel Lima
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)estuda a criação de uma linha que permitirá a empresas da AméricaLatina e da África comprar máquinas e equipamentos brasileiros comfinanciamento em parceria com bancos de outros países no exterior.Os recursos virão de um programa do BNDES, o Financiamento de Máquinase Equipamentos (Finame). De acordo com o presidente do BNDES,Luciano Coutinho, na Argentina, os entendimentos estão praticamenteconcluídos com o Banco Itaú. Mas há negociações com todos osgrandes bancos que operam na América Latina. A operaçãofuncionará por meio de um contrato do BNDES com um banco noexterior. O fornecedor brasileiro vende o produto lá fora e recebeem reais o valor da venda do BNDES, ou seja, o dinheiro não sai dopaís. O banco no exterior financia o valor para o comprador e depoisdevolve o dinheiro ao BNDES.Segundo Coutinho, está emdiscussão a criação de uma comissão de 3% para que haja interessedo sistema bancário em fazer a operação. Ele alertou que há riscocambial nessa medida, mas afirmou que o BNDES terá capacidade de“absorver o risco”, com mecanismos de proteção. A medida atendea pequenas empresas no exterior que têm dificuldades de conseguircrédito, informou Coutinho, acrescentando que países fabricantes deequipamentos, como a China, já têm linhas como essa proposta.Outra medida em estudo é criar uma linha de crédito paraque trabalhadores de pequenas empresas brasileiras com dificuldadesde acesso ao crédito possam pegar recursos emprestados. Essedinheiro irá capitalizar a empresa. O trabalhador pegará o recursopara comprar uma ação preferencial e assim terá preferência nahora do pagamento de dividendos. Se um trabalhador quiser sair domecanismo, a tesouraria da empresa terá que ter condições decomprar aquela cota. “Estamos desenhando um projeto queajudaria as empresas a tornar seus trabalhadores mais qualificadossócios da empresa e, ao mesmo tempo, ajudaria a capitalizar aempresa, habilitá-la para acessar as fontes de crédito”, disse opresidente do BNDES. Segundo ele, já há alguns casospilotos, mas ainda haverá rodada de conversa com empresários etrabalhadores para “chegar a uma fórmula equilibrada”. “Oobjetivo é criar mais uma janela de financiamento para permitir areabilitação [para o crédito] de empresas em dificuldades”.A que participar desse mecanismo terá obrigações, como a criaçãode um conselho fiscal para que haja transparência nas contas dasempresas.