Setor brasileiro de tecnologia da informação ganha marca para se fortalecer no mercado global

08/12/2009 - 16h16

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O setor brasileiro detecnologia da informação (TI) conta, a partir desta semana, comuma nova marca, cujo objetivo é ampliar a representatividade dasempresas, em especial no mercado internacional. A marca Brasil IT+(lê-se Brasil IT plus) foi criada em parceria pelo governofederal, por meio da Agência Brasileira de Promoção de Exportaçõese Investimentos (Apex Brasil) e as entidades do setor de TI.Na avaliação dopresidente do Sindicato das Empresas de Informática do Estado do Riode Janeiro (Seprorj), Benito Paret, trata-se de uma conquistaimportante, que reflete o apoio do governo ao setor. Assinalou,entretanto que isoladamente a marca não tem grandes consequênciaspara o fortalecimento do setor de TI no Brasil.“A marca nãoresolve o nosso problema. Se ela não estiver associada a atividadesdefinitivas de fomento, de apoio, de incentivo, ela serásimplesmente uma marca, cuja preocupação é o mercado externo que,hoje em dia, não é tão claro que seja comprador como era nopassado”, comentou Paret.Por isso, ele defendeuque o governo deve investir mais no setor. “Quase 60% das comprasfederais na área de TI são canalizadas para o desenvolvimentopróprio ou por meio das empresas públicas, como Serpro [ServiçoFederal de Processamento de Dados], Dataprev [Empresa deTecnologia e Informações da Previdência Social] etc.”Paret afirmou que nãoé possível imaginar a criação de uma empresa nacional forte semapoio do governo federal por meio das compras e das contratações.“Não existe nenhum país no mundo que tenha criado uma indústriaforte sem que essa estratégia tenha sido usada. Ou seja, sem que tenha havido compra pública focada no fortalecimento das empresas”.O presidente daFederação Nacional das Empresas de Informática (Fenainfo),Maurício Laval Pina de Sousa Mugnaini, afirmou à Agência Brasilque a nova marca criada para o setor de tecnologia da informação“sintetiza o conjunto de ações do governo, do empresariado e dasociedade civil, tendo a informática como mote para a nossa inserçãointernacional”.Mugnaini lembrou que oSistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços (Siscoserv), doMinistério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior(MDIC), permitiu que fossem conhecidos os serviços de propriedadeintelectual exportados pelo país. “Então, vivemos um novomomento. E é fundamental que o Brasil tivesse uma marca querepresentasse exatamente esse conjunto de esforços. E a Brasil IT+ , sem dúvida, representa isso.”O presidente daFenainfo estimou que para completar o cenário positivo para o setorde TI é preciso desonerar o trabalho e “enxugar um pouco a nossacarga tributária para nos preparar para essa internacionalização”.Mugnaini considera queo mercado interno deve ser uma preocupação do setor. “Nuncaconsegui encontrar alguém que tivesse sucesso no mercadointernacional sem ter uma base instalada no seu país”. Segundoele, é muito difícil para as empresas de informática brasileirasdisputarem o mercado europeu ou norte-americano sem ter uma basedesenvolvida internamente. “É quase impossível.”