Paraguai, Venezuela e Argentina usam Cúpula do Mercosul para criticar golpe em Honduras

08/12/2009 - 15h40

Vitor Abdala
Enviado especial da EBC
Montevidéu - Os discursos dos presidentes do Paraguai, da Argentina e da Venezuelahoje (8), na 38ª Cúpula do Mercosul, foram marcados pelo repúdio àdeposição do presidente de Honduras, Manuel Zelaya, em meados desteano, e à posterior eleição no país, no fim de novembro. Ascríticas mais contundentes vieram do venezuelano HugoChávez.Chávez condenou o golpe que retirou Zelaya do poder,mas disse que a população vai resistir. “Há um povo emresistência [em Honduras]. Esse povo, estou seguro de que vaiseguir em resistência, já nem sequer depende do presidente Zelaya.É um povo que tem que se admirar, porque tiveram cerceados demaneira brutal seus direitos fundamentais”, afirmou o lídervenezuelano.O paraguaio Fernando Lugo disse que a situaçãode Honduras criou um “mau precedente político” na AméricaLatina. “Agora, querem nos apresentar um golpe de Estado como viaapta para organizar os processos eleitorais”, comentou Lugo, queconsiderou o precedente “perigosíssimo”.A argentinaCristina Kirchner também dedicou parte de seu discurso à condenaçãoao golpe hondurenho e recorreu ao mesmo termo que Lugo, ao chamar ogolpe de um “perigosíssimo antecedente e precedente em nossaregião”.O presidente Hugo Chávez aproveitou ainda acúpula para criticar as bases norte-americanas na Colômbia e parapedir a aprovação, pelo Senado brasileiro, da autorização doingresso da Venezuela no Mercosul como membro efetivo dobloco.Cristina Kirchner também criticou a imprensa, ao dizerque a mídia está vinculada a interesses econômicos e não ainteresses puramente jornalísticos.