Países ricos devem cooperar com projetos do Brasil, diz secretário-geral da COP-15

08/12/2009 - 10h08

Roberto Maltchik
Enviado Especial
Copenhague (Dinamarca) - Osecretário-geral da 15ª Conferência das Nações Unidas sobreMudanças Climáticas (COP-15), Yvo de Boer, afirmou hoje (8) que osprojetos para reduzir a emissão de gases que provocam o efeitoestufa, financiados com dinheiro público das nações ricas, tambémdevem servir aos grandes países em desenvolvimento, como o Brasil, aChina e a Índia. “Odinheiro deve ser focalizado para projetos em todos os países pobrese em desenvolvimento. Os grandes países também devem ter acesso,mas isso vai depender de cada projeto apresentado”, afirmou duranteentrevista coletiva no segundo dia da conferência.Osnegociadores brasileiros em Copenhague já anunciaram que não seráaceito um acordo que exclua os projetos dessas nações emdesenvolvimento para que o compromisso financeiro dos países ricoscom as medidas de adaptação das economias emergentes seja restrito.O Brasil teme que os países ricos estejam procurando um acordoapenas para garantir fundos de curto prazo da ordem de US$ 10 bilhõespor ano entre 2010 e 2013.DeBoer ressaltou, no entanto, que é preciso aumentar a participaçãodos fundos nos países pobres, já que atualmente 80% dos recursoschegam apenas a oito nações. Osecretário-geral ainda lamentou que as conversas “sérias” sócomeçaram nas duas semanas que antecederam o encontro, o que tornamais complicado um entendimento antes da chegada dos chefes deEstado, no próximo dia 15.