Amorim diz que Brasil facilitou o diálogo em Honduras, mesmo sem a restituição de Zelaya

07/12/2009 - 22h37

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Montevidéu - Oministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse hoje (7) que ainda que Zelaya não tenha sido reconduzido à Presidência, como queria oBrasil, o governo brasileiro conseguiu facilitar o diálogo naquelepaís. “Talvez o diálogo não tenha produzido todos os resultados, mashouve algum diálogo que, quem sabe, permitirá, no futuro, umareconciliação do povo hondurenho e que, se o Brasil não tivesse dadoabrigo ao presidente Zelaya, estaria tudo parado”. A afirmação de Amorim foi feita ao chegar a Montevidéu paraparticipar da 38ª Reunião de Cúpula do Mercosul. Segundo o chanceler, o Brasil não está numa situação incômoda ao continuar dando abrigo a Zelaya na embaixada brasileira emTegucigalpa. Ao contrário, segundo ele, o país firmou oprincípio da democracia no continente com a sua postura. Quando perguntado se o Brasil continuará dando abrigo a Zelaya, quando se encerrar oficialmente seu mandato no final do mês que vem, Amorim desconversou e disse que talvez a situação se resolva antes.Amorim foi questionado se não há contradição em defender a volta de Zelaya ao poder com o argumento da democracia, ao mesmo tempo em que apoia o regime político cubano. Segundo o chanceler,não é possível comparar as duas situações. “Com relação a Cuba, houveuma decisão unânime da OEA [Organização dos Estados Americanos] queretirou a suspensão a Cuba. Quanto a Honduras, houve um golpe quese realizou há pouco tempo, em plena vigência da carta democrática, queHonduras assinou e que nós condenamos juntamente com todos os outrospaíses da OEA”.