OIT aponta que mundo perdeu 20 milhões de postos de trabalho desde a crise

07/12/2009 - 16h15

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Desde o início da crise financeira, em outubro de 2008, 20 milhões de postos de trabalho foram fechados. E, apesar de superado o período crítico da crise, 5 milhões de pessoas correm o risco de perder o emprego em 51 países. Os dados são do estudo O Trabalho no Mundo 2009 – Crise Mundial do Emprego e Perspectivas, divulgado hoje (7), pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).O levantamento revela, ainda, que 43 milhões de pessoas podem abandonar o mercado de trabalho por um longo período, principalmente os trabalhadores com baixa qualificação, jovens, mulheres e idosos. “Essas pessoas podem cair no desemprego de longa duração ou abandonar por completo o mercado de trabalho. Segundo experiência de crises passadas, o risco é particularmente grave no caso de trabalhadores pouco qualificados, os imigrantes e trabalhadores com idade avançada”, diz a OIT.Sobre a geração de postos de trabalho, o estudo mostra que, nos países desenvolvidos mais atingidos pela crise, os índices devem apresentar recuperação somente a partir de 2013. Para as nações em desenvolvimento, o prazo é menor. “Nos países com alto PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas por um país) per capita, o emprego não voltará aos níveis anteriores aos da crise antes de 2013. Nos países emergentes e em desenvolvimento, os níveis de emprego poderiam começar a recuperação em 2010, mas não alcançarão os níveis anteriores aos da crise, antes de 2011”.O estudo lista um grupo de países que têm adotado medidas eficazes para preservar os postos de trabalho durante a crise e que seguem o Pacto Mundial para o Emprego, sendo um deles o Brasil. O pacto foi um instrumento adotado, em junho, por governos, sindicatos e empregadores, com a coordenação da OIT, para enfrentar a crise econômica.Segundo a organização, as respostas desses países à crise têm como foco a proteção social, evitar a redução salarial e a piora das condições de trabalho. “É importante assinalar que a maioria desse países têm atuado rapidamente e com objetivos claros, o que explica porque as medidas têm sido eficazes do ponto de vista dos custos”, afirma o estudo. Integram esse grupo: Austrália, Alemanha, Jordânia e República da Coreia.A OIT critica a demora na execução de uma reforma do sistema financeiro e diz ter o receio de que a falta de regulamentação no setor signifique o ressurgimento de práticas que provocaram a crise. “Em alguns países, teme-se que, a menos que se adotem medidas rapidamente, nada mudará. Com a falta de reforma, as práticas que provocaram a crise financeira voltarão pouco depois que comece a recuperação econômica. Isso agravaria a fragilidade no mundo do trabalho e geraria risco de novas crises no futuro”, prevê a entidade.