Se reeleito, Morales ficará por mais cinco anos no poder

06/12/2009 - 9h36

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As pesquisas de opinião indicam que o atual presidente da Bolívia,Evo Morales, deverá ser reeleito hoje (6) e manter-se no poder por mais cincoanos. Pela legislação boliviana, para ser eleito basta que o vitoriosoobtenha 50% do total de votos mais um ou então 40% (dos votos) com umadiferença de mais de 10 pontos percentuais em relação ao segundo colocado.Líderdo Movimento Esquerdista Boliviano Cocalero, Morales, de 50 anos,ganhou notoriedade internacional ao vencer as eleições,  em primeiroturno, para presidente em 2005.  Seu principal opositor no pleito deste domingo é Manfred Reys Villa, ex-governador de Cochabamba.Além do presidente e do vice, serão eleitos 130 deputados e 36senadores que vão compor a Assembléia Plurinacional Legislativa, que substituirá o Congresso.Primeiro indígena achegar ao poder, Evo Morales é alvo de uma série de polêmicas emdecorrência de suas ideias. O boliviano defende o plantio de coca comosímbolo da tradição dos povos indígenas e liderou movimentos em favorde modificações na Constituição e na legislação eleitoral de seu país. Étambém um dos defensores mais duros de uma política de resistência àingerência norte-americana em temas da América Latina.Apesar de chamar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “amigo”, Morales não poupou o Brasil de suas ações. Em marçode 2006, o boliviano anunciou a estatização de duas refinarias daPetrobras em seu território e impôs aumento no preço do gás compradopelo Brasil. A iniciativa gerou controvérsias e prejuízos.Em agosto de2008, após a realização de um referendo revogatório de mandatos,Morales foi mantido no cargo de presidente. Ele conseguiu o apoio de67,4%. Com um discurso incisivo e original, o presidente bolivianomanteve o estilo de líder indígena inclusive nas roupas.Recentemente, em setembro,Lula foi presenteado por Morales com um agasalho típico dos indígenasbolivianos – feito com lã colorida – e usou a peça durante um evento nacidade de Chimoré (interior da Bolívia). O boliviano, porém, não escondeque suas referências políticas são o ex-presidente de Cuba Fidel Castroe o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.