Chile deve eleger presidente conservador depois de 20 anos com governos de esquerda

06/12/2009 - 13h25

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Contrariando atendência na América Latina de eleger líderes progressistas, pelaprimeira vez em 20 anos desde sua redemocratização o Chile deveescolher um presidente da República conservador. Daqui a uma semana os  eleitores vão às urnas,  no dia 13.A tendência em votar na oposição é tão forte que nem mesmo oelevado percentual de popularidade da presidente chilena, MichelleBachelet, segundo analistas, será capaz de fazer seu sucessor. Osanalistas políticos afirmam que dois fatores colaboram para ocenário político chileno ser levado para a centro-direita. Oprimeiro é que o eleitorado estaria estimulado pelo sentimento demudança, daí a chance de um candidato conservador ser vitorioso. Osegundo aspecto é que a coligação de esquerda Concertación,de Bachelet, rachou durante a escolha do candidato à sucessão.Apolarização política, no entanto, não impedirá de haver segundoturno no Chile, no dia 17 de janeiro. Para vencer no primeiro turnoé necessário que o candidato obtenha mais de 50% dos votos. Oseleitores vão votar também para deputados federais esenadores.Pesquisas recentes mostram que o empresário MiguelSebastián Piñera, da coligação Alianza (conservadora), lidera asintenções de voto, seguido pelo ex-presidente Eduardo Frei, daConcertación (esquerda), e Marco Enriquez-Ominami Gumucio,independente.  De acordo com observadores brasileiros,essa campanha presidencial não gerou entusiasmo nem discussõesacaloradas. Com mais de 70% da população católica, as questõesligadas à religião, conduta e moral dominaram os debates políticos.Em pauta, assuntos como a legalização de uniões de fato e entrepessoas do mesmo sexo, além do aborto.O voto no Chile éobrigatório para todos com mais de 18 anos e estrangeiros que moramno país há mais de cinco anos. As zonas eleitorais serãoabertas às 7h e fechadas às 16h. O presidente eleito do Chileassume o cargo no dia 11 de março.