Brasil mantém posição de não reconhecer eleições hondurenhas, diz Garcia

04/12/2009 - 9h41

Paula Laboissière*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Oassessor para Assuntos Internacionais da Presidência daRepública, Marco Aurélio Garcia, afirmou queo Brasil vai manter a posição de desconsideraras eleições realizadas no último domingo (29) emHonduras. Em Berlim, na Alemanha, ele disse ainda que as negociaçõessobre o futuro do país devem se retomadas pela Organizaçãodos Estados Americanos (OEA).

O órgãoanuncia hoje (4), após sessão extraordinária, aposição que vai adotar sobre aseleições em Honduras e a decisão do Congresso Nacional do país derejeitar a restituição do presidente deposto, ManuelZelaya. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seusassessores diretos afirmam que reconhecer as eleiçõeshondurenhas é legitimar a ação do golpe deEstado ocorrido no dia 28 de junho, quando Zelaya foi deposto.

Ementrevista exclusiva à Empresa Brasil de Comunicação(EBC), Garcia afirmou ontem (3) que ogoverno brasileiro não faz questionamentos sobre assuntoscomo fraudes e representatividade durante o pleito em Honduras e queo não reconhecimento das eleições éuma posição compartilhada por paísesimportantes da América do Sul.

Aocomentar o programa nuclear iraniano e o tratamento diferenciado emrelação ao assunto por parte do governo brasileiro e dacomunidade internacional, Garcia reforçou que o apoio ao paísse aplica apenas ao enriquecimento de urânio para finspacíficos.

“O Irã,como o Brasil e qualquer outro país, tem direito aisso. Mas queremos que ele se submeta estritamente àsupervisão da Agência Internacional de Energia Atômica”,disse, ao destacar que não é um bom procedimento isolarpaís. “Quanto mais se isola, mais se provoca radicalismo daparte desse país na defesa de suas posições.”

Durantevisita à Alemanha, o presidente Lula apelou para que acomunidade internacional mantenha as negociações com oIrã. A reação ocorreu logo depois de a chanceleralemã, Angela Merkel, afirmar que há possibilidades dese “perder a paciência” com o governo iraniano emdecorrência de suas posições.