Brasil quer incentivar ações sustentáveis na agropecuária, diz pesquisador

03/12/2009 - 6h13

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Parareduzir as emissões de carbono na agropecuária, oBrasil pretende atuar contra as práticaspredatórias e incentivar um modelo menos agressivo aomeio ambiente. “Teria [ações] nas duas linhas,tanto na parte de incentivo que eu acho que é o maior foco dogoverno, mas também nessa parte de coerção,aumentando a fiscalização [contra o desmatamento]”,afirmou o pesquisador da Embrapa Informática AgropecuáriaGiampaolo Pellegrino.

Oespecialista vai assessorar a comissão brasileira responsável pelas negociações na Conferênciada Organização das Nações Unidas sobreMudanças Climáticas (COP-15), que será realizada na próximasemana em Copenhague, na Dinamarca.

Aumentara oferta de crédito será uma das principais medidasadotadas pelo país, segundo Pellegrino, para estimular açõesmais sustentáveis na agricultura. Parte desses recursos seráinvestida pelo próprio governo, mas há aexpectativa de um financiamento adicional nasnegociações da COP-15.  “É óbvio queos países em desenvolvimento vão buscar formasde financiamento dos países desenvolvidos”, afirmou.

Deacordo com o pesquisador, a proposta do Brasil para reduzir entre 5%e 6% o nível de emissões de gases de efeito estufa estábaseada em quatro pontos. Entreeles, Pellegrino ressalta a integração da pecuáriacom a produção de grãos como a mais dispendiosapara o agricultor. “O pecuarista não tem a cultura deproduzir grãos ou outras culturas. Então, alémde ser mais caro, há o problema da cultura do produtor”, destacou.

Outraação prevista no plano que também gera custos éa recuperação de pastagens. “São raros os queadubam no Brasil a pastagem”. Entretanto, o pesquisador aponta asvantagens do aumento da produção com a melhoria dopasto.

Alémdessas duas medidas, constam na proposta do Brasil o incentivo aoplantio direto, sem revolver a terra, e a fixaçãobiológica de nitrogênio no solo, que evita a adubaçãonitrogenada.