Amorim vai ao Irã dar continuidade às conversas que Ahmadinejad começou no Brasil

03/12/2009 - 17h30

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Dez dias depois de opresidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, vir ao Brasil, oministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, retribuia visita indo até Isfahan (Irã). Independentemente daspolêmicas que envolvem o presidente iraniano, a ideia é darcontinuidade aos assuntos iniciados em Brasília, inclusive, opolêmico programa de energia nuclear desenvolvido pelo país.DeGenebra (Suíça), onde participou de uma rodada denegociações da Organização Mundial doComércio (OMC), Amorim seguiu para o Irã. O chancelerpassou o dia de hoje (3) em reuniões com Ahmadinejad e o ministrode Negócios Estrangeiros, Manouchehr Mottaki. Amorim ficoumenos de 24 horas em solo iraniano.No momento em que Amorimconversava com Ahmadinejad, o presidente Luiz Inácio Lula daSilva, da Alemanha, apelou para que a comunidadeinternacional mantenha as negociações com o Irã.A reação de Lula ocorreu logo depois de a chanceleralemã, Angela Merkel, afirmar que há  possibilidadesde se “perder a paciência” com o governo iraniano em decorrênciade suas posições.“O melhor e mais barato éacreditarmos nas negociações e termos muita paciência.Eu penso que tratar o Irã como se fosse um paísinsignificante, aumentando a cada dia a pressão, poderánão resultar em uma coisa boa. Precisamos aumentar o grau depaciência para aumentar o grau de conversação como Irã”, disse Lula.A passagem de Ahmadinejad pelo Brasil geroucontrovérsias, uma vez que o iraniano chamou Lula de “meuamigo” e o presidente defendeu o direito de os iranianosdesenvolverem seu programa nuclear desde que com fins pacíficos.O presidente do Irã assegurou que a usina de enriquecimento deurânio de seu país não tem objetivos militares.No entanto,no último dia 27, a Agência Internacional de EnergiaAtômica (Aiea) aprovou resolução censurando oprograma nuclear iraniano pela construção de uma usinade enriquecimento de urânio suspeita de ter fins armamentistas.Asusinas que fazem parte do programa nuclear do Irã jáforam submetidas a várias inspeções.  O governo iraniano é acusado de ocultar o desenvolvimento depesquisas e produção de armas nucleares. No Brasil,Ahmadinejad negou as acusações e atribuiu àsgrandes potências as denúncias que levantam dúvidassobre os fins militares do programa nuclear iraniano.