Construção civil e setor automobilístico continuarão liderando consumo de aço no Brasil

02/12/2009 - 18h45

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os setores de construção civil e automobilístico deverão continuar, em 2010,  como os principais consumidores da indústria siderúrgica brasileira. A previsão é que eles representem 35% e 23%, respectivamente, das vendas do setor siderúrgico  no mercado doméstico, seguidos do setor de bens de consumo, com 20% de participação.

Apesar do movimento de recuperação da indústria prevista após a crise internacional, o presidente do Instituto Aço Brasil (IABr), Flávio  Azevedo, mostrou hoje (2) sua preocupação em relação ao setor de bens de capital. “O governo fez o que tinha que fazer, por meio de linhas de crédito, incentivos e diminuição da taxa de juros. Mas continuamos achando que o nível de poupança interna do Brasil ainda é baixo para que a gente tenha um crescimento sustentado, ao qual o Brasil se propõe e precisa, maior do que 4% nos próximos anos.”

Para que essa meta seja alcançada, o presidente do IABr disse que o país necessita ter um nível de investimento entre 22% e 23% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no Brasil. E a média história de poupança interna oscila entre 16% a 17%, tendo atingido 18% em 2008 e em torno de 12% a 13% este ano, devido à crise financeira internacional.

Ele ressaltou que 20% do consumo de aço estão ligados a investimentos em bens de capital. Esse setor, entretanto, tem um retardo no tempo, o que significa que a redução da taxa de juros, por exemplo, só deverá dar retorno em termos de retomada de investimentos no segundo trimestre ou no segundo semestre de 2010.

“Se conseguirmos manter um crescimento sustentado do PIB maior do que 4%, a gente vai manter um consumo de aço acima de 120 a 130 quilos por habitante”. Essa é, assegurou Flávio Azevedo, uma das visões estratégicas desejadas do setor a partir dos investimentos que deverão se realizar nos próximos anos.

 Hoje, o Brasil apresenta um consumo per capita inferior a 100 quilos de aço por habitante, contra 300 quilos na China e entre 400 a 500 quilos na Espanha e Alemanha. O vice-presidente executivo do IABr, Marco Pólo de Mello Lopes, observou que , em 1980, a China mostrava um consumo per capita de aço de 34 quilos, contra  100 quilos no Brasil.