Congresso de Honduras decide hoje sobre restituição de Zelaya ao poder

02/12/2009 - 11h39

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Osdeputados federais de Honduras devem decidir ainda hoje (2) se opresidente deposto, Manuel Zelaya, será restituído aopoder e permanecerá no governo até 27 de janeiro –quando acabaria seu mandato. Pelo acordo firmado em outubro, Zelaya eo presidente de fato, Roberto Micheletti, comprometem-se a aceitar oretorno do líder deposto e a conclusão de sua gestão.Mas sem consenso interno, o acordo gera polêmicas, ainda maisdepois das novas eleições.Para o governobrasileiro, o retorno de Zelaya é o meio de restabelecer aordem e a democracia em Honduras. Para diplomatas, o cumprimento doacordo poderia ser o início do processo de negociaçõespara que as eleições hondurenhas, realizadas no últimodomingo (29), sejam legitimadas pela comunidade internacional –incluindo o Brasil.Na imprensa hondurenhahoje (2), o presidente eleito, Porfírio Lobo – conhecidocomo Pepe –, que é de oposição a Zelaya, pede“sabedoria” aos parlamentares na votação sobre oacordo que determina o retorno do presidente deposto.No último dia28, Micheletti se afastou do governo por oito dias para evitarsuspeitas sobre sua interferência no processo eleitoralno país. Mas ele pode retornar ao cargo dependendo da decisãodo Congresso Nacional de Honduras.Antes de votar ostermos do acordo, o Congresso Nacional consultou a Suprema Corte e oMinistério Público sobre a questão. Os debatessobre o assunto vão ocorrer a partir da tarde destaquarta-feira e devem se estender até a noite.Ontem (1º), opresidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou a falta deconsenso entre os líderes estrangeiros sobre a legitimidade dogoverno eleito em Honduras. Segundo ele, o Brasil vai rejeitar oprocesso eleitoral hondurenho e não dialogará com opresidente eleito Pepe Lobo.“Não somosinstância de deliberação sobre Honduras”, disseLula na ocasião. “O problema agora é muito mais de Honduras do que doBrasil. O golpista agiu cinicamente, deu um golpe no país econvocou eleição quando não tinha o direito defazê-lo. Não dá para fazer concessão agolpista”, acrescentou.