Sem Ibama e Funai, começa audiência pública sobre Usina de Belo Monte

01/12/2009 - 15h24

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Semrepresentantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais (Ibama), da Eletrobras e da Fundação Nacional do Índio (Funai), começou há pouco a audiência pública para debater os impactos daconstrução da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA),sobre os povos indígenas da região. “É importante registrar asausências. Várias autoridades, mesmo as que haviam confirmado presença,não estão aqui”, comentou a procuradora Débora Duprat, coordenadora da6ª Câmara do Ministério Público Federal.  Organizada pelo MPF,a audiência atende pedido de organizações indígenas e não faz parte doprocesso formal de licenciamento ambiental. O Ibama realizou quatroaudiências na região e deve emitir a licença prévia para a hidrelétricaainda este mês. Com a ausência de áreas diretamente envolvidascom o empreendimento, o governo será representado apenas pelo InstitutoChico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), pelo BancoNacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Presidênciada República. Mais de 250 lideranças do Xingu participam daaudiência, entre indígenas, ribeirinhos, representantes de movimentossociais, organizações não governamentais e pesquisadores. “Não venhamlá de Brasília fazer barragem na terra alheia”, cantou parte do grupono início da audiência. Deborah Duprat leu carta do bispo de Altamira (PA), dom Erwin Krautler, encaminhada hoje (1º) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva com argumentos contrários à construção de Belo Monte. Maior empreendimento energético do Programa de Aceleração doCrescimento (PAC), Belo Monte terá potência instalada de 11 milmegawatts, a segunda maior do Brasil, atrás apenas da Hidrelétrica deItaipu, no Rio Paraná, que tem 14 mil megawatts.