Saldo da balança comercial deverá fechar o ano abaixo de 2008, diz secretário

01/12/2009 - 17h05

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A manutenção das importações e a queda das exportações, típica do fim de ano, deverão fazer a balança comercial fechar oano com saldo positivo menor que o de 2008, disse hoje (1º) osecretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral. Segundo ele, oresultado da balança comercial deste ano não deverá ultrapassar osuperavit de US$ 24,7 bilhões registrado em 2008.Para este mês, o secretário estima que a balançacomercial ficará próxima de zero. No acumulado do ano, o superavitestá em US$ 23,2 bilhões, 2,5% acima dos US$ 22,6 bilhõesobtidos de janeiro a novembro do ano passado. Com o equilíbrio entreexportações e importações previsto para dezembro, o saldo deveráfechar este ano abaixo do de 2008.“Não diria que o paíspossa registar deficit na balança comercial em dezembro, maso saldo deverá ficar próximo de zero neste mês e provavelmentefechará o ano abaixo do de 2008”, afirmou Barral. Segundo ele,fatores sazonais, como as festas de fim de ano e as férias, reduzemas vendas externas, o que impede uma reação do saldo emdezembro.Apesar da queda no saldo da balança comercial(diferença entre exportações e importações), o secretáriomanteve a projeção de que as exportações fecharão o ano entreUS$ 150 bilhões e US$ 151 bilhões. Para 2010, o governo manteve ameta de US$ 168 bilhões para as vendas externas, o que representacrescimento de 8% a 10% no próximo ano.“Um cenário como odo ano passado dificilmente se repetirá. No ano que vem, deveremosvoltar aos níveis de 2007 [quando as exportações ficaram em US$160 bilhões]”, disse Barral.Para o secretário, oprincipal desafio do país no momento é recuperar as exportaçõespara os Estados Unidos, que caíram 43,7% em 2009. De acordo com osecretário, a demora na recuperação da economia norte-americanaestá interferindo nas vendas externas brasileiras. “A pauta deexportações para os Estados Unidos é composta de insumos para asindústrias norte-americanas, que ainda não retomaram os níveis deprodução”, explicou Barral.Em 2009, de acordo com osecretário, as vendas externas ficaram estáveis para quase todos osmercados. As exceções são Estados Unidos e África, que comprarammenos do Brasil. Em contrapartida, as exportações para a Chinacresceram 21,6% de janeiro a novembro. Desde o início do ano, o paísasiático tornou-se o principal destino das mercadoriasbrasileiras.Além da lentidão na recuperação da economiados países desenvolvidos, Barral apontou o câmbio como fator queatrapalha o crescimento das exportações do país. “Acompetitividade dos produtos brasileiros é prejudicada, mas oproblema se agrava quando temos vários países que controlam ocâmbio de maneira artificial”, declarou o secretário.