Presidente do PPS quer processar empresária que acusa partido de recebimento de propina

01/12/2009 - 17h03

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Opresidente nacional do PPS, Roberto Freire, chamou de “jogral debandidos” os diálogos que constam no inquérito da OperaçãoCaixa de Pandora, da Polícia Federal, que investiga o esquema depagamento de propina para deputados distritais, liderado pelogovernador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM). O PPSfazia parte do governo do democrata e determinou que seus filiadosdeixasssem seus cargos.

Em notadistribuída hoje (1º) à imprensa, Roberto Freire disse quepretende processar a empresária Nerci Soares Bussamra, diretora daUni Repro Serviços Tecnológicos. Ela aparece em um dos diálogosgravados acusando o PPS de praticar chantagem e pedir propina paramanter um contrato no valor de R$ 19 milhões com a Secretaria deSaúde do Distrito Federal.

Ointerlocutor da empresária na gravação é Durval Barbosa, entãosecretário de Relações Institucionais do governo de Arruda e autorda gravação feita com autorização judicial a pedido da PolíciaFederal. No diálogo, a empresária diz que Fernando Antunes,presidente do PPS-DF e subsecretário de Saúde, achacou a empresapor meio de uma auditoria nos contratos e pediu dinheiro para o PPS.

Freiredisse que seu nome não pode ser jogado na lama porque alguém, “emum jogral combinado de bandidos, grava a si próprio e a suacúmplice”, acusa. “Não seria uma gravação de um bandido comuma empresária insatisfeita com a atuação de meu partido à frentede uma secretaria do Distrito Federal que iria manchar minhahistória. O PPS não aceitou participar de nenhuma prática ilegal,conforme deixou claro o diretório regional. Isso desagradou aquelesque têm negócios com o governo”, diz a nota.

“Areação dos descontentes não poderia ser mais ordinária. O bandidograva a si mesmo em conversa com a empresária e acredita que isso vávirar verdade? Um jogral de bandidos cita meu nome com a expectativade produzir evidência? Repilo.Vou à Justiça com a certeza de queessa farsa cairá por terra”, disse Freire.

A pastada Saúde no DF é comandada pelo deputado Augusto Carvalho, tambémdo PPS. Ontem, o PPS anunciou que deixará a secretaria. O contratoda Uni Repro com a Secretaria de Saúde prevê a prestação deserviços gráficos e tem valor de R$ 1,6 milhão mensais.