ONS nega falha no ilhamento durante blecaute e sugere mais segurança nos isoladores

01/12/2009 - 16h45

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O grupo de trabalho criado pelo Ministério de Minas e Energia paraanalisar as causas do blecaute do último dia 10 estuda medidas paraevitar que os isoladores das torres de alta tensão falhem novamente. Afalha desses isoladores é considerada, até o momento, uma das causas mais prováveis da queda de energia que afetou 18 estados.Segundo o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS),Hermes Chipp,uma das possibilidades é a implementação de umsistema de proteção da chuva, para evitar que o acúmulo de água reduzaa capacidade de isolamento na torre. “Se se concluir que em uma região podechover mais que 1 milímetro por minuto de chuva concentrada,providências serão tomadas no sentido de melhorar a suportabilidade dosisoladores, com trocas ou adaptações”, explicou Chipp, que faz parte dogrupo de trabalho junto com representantes do ministério e da AgênciaNacional de Energia Elétrica (Aneel). Um dos aparelhos que podemser colocados nas torres funciona como guarda-chuvas, protegendo oisolador para impedir que a água escorra por ele, formando uma películaque reduz sua eficácia, informou o diretor do ONS. “Alguma coisa deve ser feitapara dar maior suportabilidade, acima das normas brasileiras. Seria umacoisa bastante prudente, as medidas mais rápidas possíveis, para que não se fique sujeito a essas situações, caso a chuva se repita”, afirmou Chipp. As normas brasileiras preveem que os isoladoresdevem suportar até 1 milímetro de chuva por minuto.Chipptambém negou que o processo de ilhamento do blecaute tenha falhado.Segundo ele, o ilhamento funcionou ao proteger a Região Sul, impedindo que o problema se estendesse com gravidade para as regiões Norte eNordeste e até permitindo que partes de São Paulo conseguissem manter ofluxo de energia. “O que faltou? Nessa experiência, houve regiões em que a queda foi mais lenta. Nessas, vamos pesquisar,para esse tipo de fenômeno, a possibilidade de ligamento. Nas outras,em que o colapso foi mais rápido, não adianta ilhar, porque a tensãoestá em 20%. Você ilhou, apagou”, explicou Chipp. Segundo ele, para oilhamento funcionar, a tensão na região tem que estar pelo menos emtorno de 80%. “Não adianta ilhar e não conseguir manter aceso”,completou.O Relatório de Análise de Tensão (RAP) com asconclusões dos técnicos do ONS e as sugestões para evitar novos curtosdessa magnitude deve ser entregue na próxima sexta-feira (4) ao Ministério de Minas e Energia.