Notificação de casos de aids cai no estado de São Paulo, mas taxa de mortalidade cresceu

01/12/2009 - 19h31

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A notificação de casos de aids noestado de São Paulo caiu 64,4% nos últimos 10 anos, mas ataxa de mortalidade cresceu pela primeira vez desde 1995. Entre oshomens a redução chegou a 65%, enquanto entre asmulheres a diminuição chegou a 63,5%.Segundo estudo realizado pela Secretaria de Saúdedo estado e pela Fundação Sistema Estadual de Análisede Dados (Seade), em 2008 houve 12,2 mortes a cada 100 mil habitantesno estado enquanto em 1998 esse número chegou a 34,3%.Segundo a coordenadora de programa DST/Aids doestado de São Paulo, Maria Clara Gianna, no ano passado foramnotificados 5.012 casos da doença, com incidência maiorentre as pessoas de 30 a 39 anos, com registro de 26,2 casos por 100mil habitantes. Depois, estão as pessoas de 40 a 49 anos, com24,0 casos. A mortalidade foi de 8,2 óbitos por 100 milhabitantes no ano passado, contra 8,0 em 2007. “Nósdiminuímos muito o número de casos no nosso estado masainda temos 7 mil novos casos de aids todos os anos. E temos mais de3 mil óbitos todos os anos. São 9 mortes por aids todosos dias no estado”, disse Maria Clara Gianna. Ela explicou que o estado é dividido em 28regiões epidemiológicas e que em 13 ocorreram aumentoda mortalidade por aids. Barretos, no interior, tem a taxa mais altade 2008, com 15 mortes por 100 mil habitantes. Na capital o índicepassou de 8,8 para 9,6 no mesmo período. “Em São Paulo temos uma diminuiçãodo número de casos, mas esses números ainda sãoimportantes nas grandes cidades. Temos 145 cidades que agrupam maisde 90% dos casos de aids aqui em São Paulo. Aumenta nosmunicípios menores, mas o número de casos nessascidades nos levam a trabalhar com prevenção na redebásica de saúde. Não é um númeroque nos leve a estruturar serviços de saúde”,afirmou.Maria Clara ressaltou que a cidade de Santos, quejá liderou a lista das cidades com maior incidência dadoença e exerceu grande influência no número decasos do estado, tem apresentado resultados positivos nas açõespreventivas contra a doença, mas que ainda precisa de novasmedidas. “A cidade de Santos ainda apresenta um grande númerode casos, óbitos, e precisa de um programa bem estruturado,mas a resposta vem acontecendo e precisa continuar. A importânciade Santos já foi maior”, disse. Para o diretor do Hospital Emílio Ribas,David Uip, ainda não se descobriu uma forma de prevençãoefetiva contra a doença e que é preciso avançarnesse caminho. “Temos que avançar na prevenção.Faltam recursos estratégias e políticas e isso nãose limita ao Brasil, ocorre no mundo inteiro”. Uip explicou que não se sabe ao certoporque em alguns casos o vírus demora anos para se manifestare, ainda, porque algumas mães não transmitem o víruspara os filhos. “Nós temos hoje indivíduossobreviventes de longo tempo, infectados que depois de curto tempoapresentam os sintomas da doença, então com aterapêutica se reduz muito hoje a transmissão de mãepara filho. Existem política de saúde e quadros queainda não conhecemos e não sabemos explicar”,afirmou.