Encontro discute comércio de serviços entre países da América Latina e do Caribe

01/12/2009 - 18h30

Luiz Augusto Gollo
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Ocrescente comércio internacional de serviços a partir da globalizaçãoda economia, nos anos 90, é o pano de fundo do Encontro sobre Estatísticas de Comércio Exterior de Serviços, que começou hoje (1º) e vai até a próxima sexta-feira(4), no Rio, reunindo cerca de 30 técnicos em estatística da América Latina e do Caribe. Iniciativada Divisão de Estatísticas das Nações Unidas (UNSD, na sigla em inglês)e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal/ONU), oencontro tem por objetivo discutir padrões e regras de controle docomércio internacional de serviços na região, que apresenta grandesdiferenças no estágio de desenvolvimento econômico de seus integrantes.Participam do encontro representantes de bancos centrais e institutos de Estatística do Méxicoà Argentina, incluindo países do Caribe, exceto Cuba. Falando pelaUNSD, o chefe do seu Escritório de Estatísticas Comerciais, VladimirMarkhonko, explicou a importância do encontro: Muitos paísestêm no Banco Central a autoridade responsável pelo comércio exterior deserviços, mas muitos outros têm organismos de estatísticas para esseacompanhamento. O que tentamos fazer é encontrar uma linguagem comumentre todos, para facilitar as relações internacionais nessa área.”NoBrasil, o encontro é realizado em conjunto pelo Banco Central e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que acompanha as estatísticas, mas é a autoridade econômica quemconcentra informações sobre o balanço de pagamentos, no qual se incluem os dadossobre exportação e importação de serviços. Além dos dois, oMinistério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior acompanhao evento pelo lado brasileiro.O Brasil é grande importador deserviços, sobretudo na área de software, mas também na biomédica, napesquisa aeroespacial e outras. Os serviços estão presentes na balançacomercial nas áreas de turismo, telecomunicações, consultoria,transportes, por meio dos fretes, e outros. Entre os serviçosimportados importantes está a manutenção de equipamentos hospitalaresfabricados nos países desenvolvidos, mas que são essenciais às pesquisas naárea de saúde e dos softwares vindos dos Estados Unidos, da Índia e daÁsia para as atividades científicas nacionais.Esta é a terceira edição do encontro para a região e o segundo realizado no Brasil. Segundo Markhonko, em setembro doano passado, foi promovido um encontro para países do Leste Europeu (bloco daantiga União Soviética). Ele anunciou para o ano que vem um encontro para paísesasiáticos. “São grupos de nações em contextos semelhantes, queprecisam harmonizar-se para se entender melhor no comérciointernacional de serviços”, afirmou Markhonko. Essa harmonização, esperam ostécnicos das Nações Unidas, levará a uma linguagem comum, quefuncionará como um manual nas relações internacionais por meio doAcordo Geral de Tarifas e Comércio, o Gatt (sigla em inglês), e naOrganização Mundial do Comércio (OMC).